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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Topografia explica a diversidade genética de anfíbios mais do que cobertura vegetal no Cerrado


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01569

A perereca Bokermannohyla ibitiguara tem cerca de quatro centímetros de comprimento e vive exclusivamente em riachos da Serra da Canastra, em Minas Gerais. O anfíbio, cujo nome significa “moradora da serra”, habita as chamadas matas ciliares, características de margens de rios e riachos. 

Nesse conjunto de floresta e água os animais podem crescer, se alimentar, encontrar parceiros e pôr seus ovos sem necessariamente irem muito longe durante todo o seu ciclo de vida. É o que mostra um estudo publicado na Diversity and Distributions.

Segundo os autores, a topografia, mais do que condições da vegetação, é o fator preponderante para esses animais se dispersarem mais ou menos no território, a ponto de essa informação ficar registrada em seu DNA.

Ao analisar a variação genética de populações da perereca dentro e fora do Parque Nacional da Serra da Canastra – uma área protegida dentro da região – pesquisadores brasileiros e dos Estados Unidos descobriram que, quanto menos acidentado o terreno, mais diversa é uma população.

Em locais com muita variação de altitude, onde os terrenos são mais acidentados, os indivíduos são muito similares geneticamente, ou seja, mais aparentados. Evolutivamente, isso pode ser prejudicial para a espécie, gerando uma maior suscetibilidade a doenças ou a mudanças climáticas, por exemplo.

Estudos de avaliação genética e de conservação costumam levar em conta, entre outros fatores, a cobertura vegetal. Mas o Cerrado tem chapadões, áreas de platô, áreas mais acidentadas. Queríamos saber se essa topografia variada poderia ter algum papel na diversidade genética dessa espécie. Descobrimos que sim. A vegetação, sozinha, não explicou as diferenças genéticas encontradas entre os locais em que essa espécie ocorre e nem mesmo dentro do mesmo local. As condições do relevo, sim”, explica Renato Christensen Nali, primeiro autor do estudo e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (ICB-UFJF).

O trabalho é um dos resultados do doutorado de Nali, realizado no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro, com bolsa da FAPESP.

A pesquisa integra o projeto “Ecologia reprodutiva de anfíbios anuros: uma abordagem evolutiva”, coordenado por Cynthia Peralta de Almeida Prado, coautora do trabalho e professora da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal, e do Programa de Pós-Graduação em Zoologia do IB-Unesp, em Rio Claro.


Diferentes no plano

O resultado foi muito interessante, entre outros motivos, porque traz um elemento novo para a conservação no Cerrado. Quando se fala em unidades de conservação, pensa-se muito, e com razão, em corredores ecológicos e matas, mas não necessariamente se há uma topografia que possa permitir a dispersão dos animais”, diz Nali, que coordena o Laboratório de Ecologia Evolutiva de Anfíbios (Lecean) na UFJF.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram 12 populações de B. ibitiguara, seis dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra e outras seis fora. Nas populações da área protegida, havia uma diversidade genética muito maior do que nas que vivem fora do parque. Ao cruzar informações sobre o grau de proteção das áreas e a condição da vegetação, esses fatores não foram tão decisivos para essa diversidade quanto o relevo.

O terreno é muito mais acidentado fora do parque, enquanto dentro dele há um grande platô, muito uniforme. Nele, os anfíbios conseguem se dispersar mais, encontrar parceiros em áreas mais distantes e aumentar sua diversidade genética. Fora, o terreno acidentado e as diferentes altitudes aparentemente acabam restringindo as populações a áreas menores”, afirma o pesquisador.

A influência desses fatores ficou evidente nos testes genéticos. Usando a técnica de marcadores por microssatélite, que localiza regiões específicas do genoma, os pesquisadores encontraram uma maior diversidade de alelos nas populações dentro do parque. Esse é um dos parâmetros que determinam a integridade genética e, consequentemente, um maior potencial adaptativo.

Além disso, as populações fora do parque apresentaram maior perda de heterozigose, fenômeno relacionado com a perda de variabilidade genética. Repetida ao longo das gerações, essa perda também ameaça a população.

Além de chamar a atenção para a importância de se levar em conta a topografia em estudos de conservação, o trabalho mostra como a simples presença da espécie num local não garante que ela não esteja ameaçada.

Realizando análises moleculares, podemos verificar se as populações estão numa condição genética favorável. Uma área pode ter um número grande de indivíduos, mas, analisando o DNA, podemos descobrir que a sua constituição genética é desfavorável, com poucos alelos e baixa heterozigose. Então, na prática, o tamanho efetivo da população é pequeno”, aponta.

O pesquisador ressalta que a pesquisa foi realizada com apenas uma espécie de anfíbio anuro, mas acredita que o resultado possa valer para outras, uma vez que as características físicas para deslocamento são semelhantes para outros sapos, rãs e pererecas. No entanto, novas pesquisas são necessárias com outras espécies para confirmar a aplicabilidade dos resultados.

Além disso, o grupo reafirma que a cobertura vegetal continua sendo um importante fator para a conservação, inclusive do Cerrado, que já teve mais de 50% de sua área convertida em pastagens ou plantações e tem menos de 5% protegidos por unidades de conservação.




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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

FAPESP: Redução da vida útil das árvores em florestas poderá neutralizar os ganhos com sequestro de CO2


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01568

A aceleração do crescimento das árvores registrada nos últimos anos vem sendo acompanhada de uma redução da vida útil dessas plantas. No futuro, isso pode parcialmente neutralizar ganhos obtidos com o sequestro de dióxido de carbono (CO2). Essa relação entre crescimento e expectativa de vida das árvores vale para florestas do mundo todo, incluindo as tropicais, como a Amazônica, até as temperadas e árticas.

Com isso, resultados esperados para modelos e projeções de captação de CO2 estruturados com base no sistema atual podem estar superestimando a capacidade de absorção dos gases de efeito estufa pelas florestas no futuro. Ou seja, plantar árvores é importante para ajudar a reduzir a concentração desses gases na atmosfera, mas não o suficiente – ainda é essencial a redução da emissão do carbono.

Esses são os principais pontos de discussão da pesquisa Forest carbon sink neutralized by pervasive growth-lifespan trade-offs, publicada na revista Nature Communications, por um grupo de pesquisadores internacionais. Entre eles estão o professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) Gregório Ceccantini e o pesquisador Giuliano Locosselli. Ambos têm o apoio da FAPESP.

Há uma relação inversa entre a taxa de crescimento das árvores e a longevidade. Mostramos de maneira consistente que isso está presente independentemente da espécie e do local onde se encontram. Se as árvores crescem mais rápido, também assimilam o carbono mais rapidamente. O problema é que vão viver menos, e o carbono ficará menos tempo estocado”, explicou Locosselli à Agência FAPESP.

Na fase de crescimento, as árvores precisam de uma grande quantidade de CO2 para se desenvolver. Por isso, esse processo de aceleração tem levado a uma grande absorção de carbono. Tanto que estudos realizados recentemente mostram que cerca de um terço das emissões de gases estufa resultantes da ação do homem nos últimos 50 anos foi absorvido por ecossistemas terrestres, graças a uma combinação de novas árvores e a expansão de florestas secundárias.

A pesquisa publicada na Nature Communications, no entanto, coloca em discussão o grau em que as florestas continuarão a absorver o excesso de CO2 no futuro. E problematiza, dizendo que essa captação “depende não apenas da resposta do crescimento das árvores às mudanças no clima e na composição atmosférica, mas também às alterações nas taxas de mortalidade que, em última instância, liberam carbono de volta para a atmosfera”.

Este feedback negativo sobre o armazenamento de carbono via aumento da mortalidade irá compensar – pelo menos em certa medida – os efeitos benéficos do aumento do crescimento no armazenamento total de CO2 das florestas. Nosso conhecimento atual e incompleto da universalidade e das causas do feedback dificulta sua representação nos Modelos do Sistema Terrestre e, portanto, é uma importante incerteza nas previsões da futura absorção de carbono da floresta em resposta à mudança global”, ressaltou, na pesquisa, o grupo do qual Ceccantini e Locosselli são integrantes.

Segundo Locosselli, a maior parte dos modelos climáticos e de dinâmica de biomassa nas florestas tem levado em consideração a taxa de crescimento, mas não a relação negativa com a longevidade. Os motivos para a aceleração desse crescimento ainda não são totalmente claros, mas entre os que podem contribuir estão a temperatura, o CO2 na atmosfera e até mesmo o uso de fertilizantes em diferentes locais, que aumenta a concentração de nitrogênio no ambiente.


Mudanças climáticas

Relatório divulgado em 2019 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apontou que as emissões globais de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em pelo menos 7,6% ao ano, até 2030, para o planeta atingir a meta estabelecida no Acordo de Paris de limitar a alta da temperatura média em 1,5°C.

Se a temperatura ultrapassar esse limite, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já alertou que entre os impactos que podem ser registrados no planeta estão, por exemplo, o aumento da intensidade de ondas de calor e a frequência de tempestades.

Na última década, as emissões de gases de efeito estufa cresceram 1,5% ao ano, em grande parte provocadas por fontes fósseis de energia e por mudanças no uso da terra, como o desmatamento.

Os países do G20 respondem por cerca de 75% de todas essas emissões, sendo China e Estados Unidos os campeões. O Brasil aparece em 14º lugar no ranking feito pelo Atlas Global de Carbono, com emissões significativas associadas ao desmatamento. No Acordo de Paris, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030 em relação ao índice de 2005.

Estudo mais recente da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) mostrou que as emissões globais de CO2 fóssil registraram no ano passado recorde de 36,7 gigatoneladas (Gt), 62% a mais do que em 1990, quando começaram as negociações internacionais sobre clima.

Com a pandemia de COVID-19, que obrigou vários países a adotar medidas de isolamento social durante meses, as emissões de CO2 devem diminuir entre 4% e 7% neste ano em comparação a 2019, segundo a WMO. Mas, mesmo em abril, quando houve o nível mais baixo entre janeiro e agosto de 2020, as emissões diárias de carbono eram equivalentes às de 2006, período em que já havia um crescimento acentuado.

Caminhos para mitigar essa alta de CO2 incluem a ampliação de políticas públicas visando ao aumento do uso de energias renováveis, meios de transporte de baixo carbono e eliminação do carvão, além da redução do desmatamento e das queimadas de florestas no mundo todo.

No ano passado, um grupo de 66 países, empresas e investidores fecharam um acordo para zerar suas emissões de gases poluentes até 2050. Também já estão sendo discutidos mecanismos para precificar o carbono, seja por meio da taxação das emissões ou da criação de sistemas de compra e venda de créditos, em que o “poluidor” paga caso a mitigação não seja feita internamente. O objetivo é tornar mais vantajosos modelos de produção que busquem a redução das emissões.


Metodologia

Para mostrar a relação da evolução e longevidade das árvores com a captação de CO2, Locosselli explica que a pesquisa teve como base a análise de anéis de crescimento localizados nos troncos das plantas. Foram avaliados registros de mais de 210 mil árvores de 110 espécies.

Se o anel de crescimento é largo, indica que a árvore cresceu rápido, mas, caso seja estreito, aponta baixo crescimento. Cada um deles representa um ano de vida da planta. Fazendo a contagem de todos os anéis, é possível ter uma estimativa de idade da árvore.

Por isso conseguimos medir a dinâmica para árvores com 500, 600 anos de idade. Foi possível extrapolar o tempo para além do que outros trabalhos já analisaram com parcelas permanentes”, afirma Locosselli, que está no programa Jovem Pesquisador da FAPESP com o estudo Florestas funcionais: biodiversidade a favor das cidades.

De acordo com o pesquisador, as queimadas também aceleram a mortalidade das árvores, mas esse fator não foi incluído na pesquisa. Outros estudos já mostraram que, uma vez queimadas, florestas tropicais como a Amazônica, por exemplo, retêm 25% menos carbono do que as não queimadas, mesmo após três décadas de crescimento.




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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Estudo indica que planejamento de conservação na Amazônia deve priorizar biodiversidade aquática


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01567

Estudo publicado na revista Science sugere que priorizar ambientes aquáticos ao planejar ações de conservação ambiental na Amazônia pode ser até seis vezes mais eficiente do que centrar esforços na proteção das espécies terrestres, como é mais comum.

A conclusão é baseada em simulações feitas com dados georreferenciados coletados em campo – como diversidade de espécies e informações climáticas e de relevo, por exemplo –, que permitiram estimar as áreas mais importantes para a conservação de cada grupo de espécies.

Desse modo, o grupo observou que, no cenário em que o planejamento é focado na conservação de espécies terrestres, alcança-se para as espécies aquáticas apenas 22% da proteção que as terrestres recebem. Quando o planejamento das áreas é focado na fauna que vive nos rios, lagos e riachos, porém, os benefícios chegam a 84% em média para as terrestres a um mesmo custo financeiro.

O trabalho, apoiado pela FAPESP, foi liderado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e da Lancaster University, no Reino Unido.

O conhecimento sobre as espécies terrestres é maior e por isso a escolha de áreas prioritárias para conservação acaba se guiando por elas. Supõe-se que a biodiversidade aquática vai se beneficiar da mesma forma. Nosso objetivo era saber se isso poderia ser comprovado, uma vez que são ambientes bem diferentes. Constatamos que não. Se guiar apenas pela biodiversidade terrestre não garante que a aquática seja protegida”, explica Cecília Gontijo Leal, primeira autora do estudo, realizado durante estágio de pós-doutorado na Esalq-USP com bolsa da FAPESP.


Além da terra e da água

Para fazer as simulações, o grupo analisou dados de 1.500 espécies terrestres (plantas, aves e besouros) e aquáticas (peixes, libélulas e insetos aquáticos), coletadas em 377 localidades e 99 igarapés de Paragominas e Santarém, no Estado do Pará, municípios com mais de 40% de suas florestas convertidas para atividades agropecuárias.

A análise partiu do pressuposto de que os ambientes aquáticos não são isolados, mas conectados entre si, uma vez que a água permeia todo o ecossistema terrestre e transporta nutrientes, espécies e atua em grande parte dos processos ecológicos.

Normalmente, os rios são usados como limites das unidades de conservação, e as bacias hidrográficas não são bem representadas. Por isso, não estão totalmente protegidos. O caso do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, é clássico nesse sentido. As cabeceiras estão fora da área do parque e todos os efeitos do desmatamento, mesmo que distante, chegam às populações indígenas e à biodiversidade que vive dentro do território protegido”, explica Leal.

Os pesquisadores observaram que, quando o planejamento inclui dados da biodiversidade aquática e terrestre, os benefícios podem ser seis vezes maiores do que da forma como é feito atualmente. Mas, quando não houver dados, apenas incluir o fator conectividade aumenta em pelo menos duas vezes a eficiência da conservação.

O grupo constatou que, em Paragominas, a mudança de abordagem apenas incluindo a conectividade levaria a um aumento de 75% a 100% dos benefícios para as espécies aquáticas e de 130% a 175% em Santarém, praticamente sem perdas para as espécies terrestres e utilizando a mesma quantidade de recursos.

O planejamento da conservação é normalmente delimitado por uma área, ou polígono, em que os esforços serão focados. Geralmente isso é baseado no conhecimento da biodiversidade terrestre. Estamos mostrando agora, com uma grande quantidade de dados, o que deveria ser óbvio, considerando a importância da água na região”, explica Silvio Ferraz, professor da Esalq-USP, supervisor do pós-doutorado de Leal e outro coautor do estudo.

Na Amazônia, especialmente, tudo funciona em torno da água. Nutrientes, matéria orgânica, espécies aquáticas, tudo se movimenta pela superfície. O que não imaginávamos é que, se focássemos a conservação na fauna aquática e na manutenção dessa movimentação, haveria um ganho tão maior do que quando focamos apenas na biodiversidade terrestre”, diz o pesquisador.

Além de ser mais efetiva para a biodiversidade, a abordagem integrada tem a vantagem de custar o mesmo. 

O mais importante é o planejamento integrado. Isso não aumenta o custo e não significa uma perda significativa para a biodiversidade terrestre. Pelo contrário. E mesmo que não haja tantos dados da biodiversidade aquática como tivemos, basta incluir o fator conectividade aquática que a delimitação da área a ser conservada será muito mais inteligente, dobrando a proteção de espécies aquáticas”, diz Leal, que junto com Ferraz faz parte da Rede Amazônia Sustentável, iniciativa que reúne pesquisadores de mais de 30 instituições do Brasil e do exterior com o objetivo de produzir e aplicar evidências científicas para fortalecer a sustentabilidade na região.

O grupo pretende agora aplicar a abordagem em toda a Amazônia, compilando os dados disponíveis. A ampliação da área de estudo reforçaria os resultados e poderia servir de guia para a priorização na proteção de áreas ou mesmo para a criação de novas unidades de conservação. Além disso, o método poderia ser testado em outras áreas importantes para a conservação fora da Amazônia.

Os ecossistemas de água doce ocupam menos de 1% da superfície da Terra e compõem apenas 0,01% de toda a água do planeta. Mesmo assim, abrigam cerca de 10% de todas as espécies conhecidas, incluindo um terço dos vertebrados.

Desde 1970, 83% das populações desses ambientes sofreram declínio, enquanto no ambiente terrestre essa perda foi de cerca de 40%. As regiões tropicais, que incluem a Amazônia, abrigam mais de 80% das espécies de peixe de água doce do mundo.


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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

TECNOLOGIA: Equipamentos com luz ultravioleta inativam o novo coronavírus


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Tópico 01566

A startup paulista BioLambda desenvolveu ao longo dos últimos anos equipamentos que emitem radiação ultravioleta C (UVC) com ação germicida para descontaminação em indústrias alimentícias, farmacêuticas e de outros segmentos.

Com o surgimento da pandemia de COVID-19, a empresa, apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), criou rapidamente uma linha de equipamentos voltados para descontaminação de máscaras de proteção, superfícies, ambientes e o ar, com o objetivo de reduzir os riscos de contaminação pelo novo coronavírus.

Alguns dos equipamentos, como um descontaminador manual de superfícies como a de telefones, teclados, maçanetas e compras de supermercados, e outros voltados para descontaminação de ar e de máscaras de proteção N95 ou de tecido já estão sendo comercializados. Outra linha de produtos, como descontaminadores de ambiente e de ar para ambientes menores, deve ser lançada em breve.

Os testes, feitos em laboratório de biossegurança de nível 3 [NB3], mostraram que mesmo o nosso equipamento com menor potência, que é o descontaminador portátil de superfícies, é capaz de eliminar 99,9% da carga de coronavírus em menos de um segundo”, diz ao Pesquisa para Inovação Caetano Sabino, fundador da empresa.

Os equipamentos têm sido usados tanto em ambientes corporativos, para descontaminação de objetos e ambientes, como doméstico, para desinfetar compras de supermercado, por exemplo.

O sistema é extremamente rápido e eficaz, não deixa resíduos, não degrada materiais e pode ser usado tanto em superfícies mais simples, como de metal ou plástico, e até em mais complicadas, como embalagens, papéis, tecidos, alimentos e eletrônicos, em que não é possível usar desinfetante”, afirma Sabino.

Para garantir a eficácia microbicida, os equipamentos são baseados em dois parâmetros principais: a potência óptica pela área incidida, chamada irradiância, e o tempo de exposição com essa irradiância, que resulta na dose de UV.

O comprimento de onda aplicado pela empresa é de 254 nanômetros (nm). Essa dose garante maior eficácia microbicida, seja para bactérias e parasitas ou para vírus de DNA e de RNA, como o SARS-CoV-2, apontou Sabino e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em um estudo recém-publicado na revista Photodiagnosis and Photodynamic Therapy.

A luz ultravioleta com comprimentos de onda superiores a 180 nm pode causar efeitos adversos à saúde, como danos aos olhos, câncer de pele e envelhecimento. Portanto, os raios ultravioleta C nunca devem ser usados diretamente sobre a pele e os olhos de seres vivos, ressaltam os pesquisadores.

A luz ultravioleta não pode ser utilizada em pessoas e animais. Somente em objetos inanimados”, destaca Sabino.

O efeito microbicida dos equipamentos ocorre porque as bases constituintes do DNA e do RNA absorvem luz na faixa UVC. Esse efeito produz uma reação de fotoadição com moléculas próximas, gerando fotoprodutos que distorcem a estrutura do DNA ou do RNA e inibem as funções desse material genético.

As lâmpadas dos equipamentos desenvolvidos pela BioLambda têm espectro de emissão sobreposto com o máximo de absorção do material genético, o que possibilita que a eficiência seja tão alta, explica o pesquisador.

Nossos pilares são segurança e eficácia. Por isso, fazemos as validações microbiológicas e operacionais em ambientes reais e em laboratórios independentes”, afirma Sabino.

O descontaminador manual de superfícies, batizado de UVSurface, foi validado no laboratório de biossegurança de nível 3 do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Já o descontaminador de ar, chamado UVair, foi avaliado na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas.

Os resultados dos testes indicaram que, em 15 minutos, o equipamento foi capaz de reduzir a contaminação do ar em 99,96%.

Os testes foram feitos em uma clínica compartilhada na Faculdade de Odontologia da universidade, onde seis dentistas trabalham ao mesmo tempo, demonstrando que o equipamento pode trabalhar continuamente, com a presença de pessoas, nos mais diversos ambientes”, diz.

A empresa já comercializa dois modelos do equipamento hoje, sendo um voltado para ambientes com até 150 metros quadrados (m²) e outro para locais com até 75 m² para uso industrial, hospitalar e corporativo. Nos próximos dias devem ser lançadas outras duas versões para uso em ambientes com 34 e 15 m², como salas de reuniões e consultórios odontológicos.

Os equipamentos UVair são feitos com aço inoxidável e possuem exaustores de ar e lâmpadas geradoras de luz UVC com comprimentos de onda de 254 nm. O ar sugado trafega por cerca de dois segundos em uma câmara espelhada contendo as lâmpadas de baixa pressão de vapor de mercúrio geradoras de alta potência de luz UVC para então ser devolvido ao ambiente.

A luz UVC gerada fica totalmente contida dentro do equipamento. Desse modo, não oferece risco às pessoas”, explica Sabino.


Próximos lançamentos

A BioLambda também desenvolveu e deve lançar uma linha de equipamentos para desinfecção de ambientes. Um dos equipamentos, que é fixado no teto, possui sensores redundantes que ativam o sistema ao detectar a presença de pessoas.

O equipamento também pode ser acionado ou desligado com controle remoto.

O equipamento é voltado para os mais diversos ambientes. Estamos focando bastante em consultórios médicos e odontológicos, elevadores e banheiros”, diz Sabino.

Hospedada na incubadora de startups do Hospital Israelita Albert Einstein, a empresa também está desenvolvendo em parceria com a instituição um equipamento móvel, operado remotamente, para desinfecção de ambientes para uso hospitalar.


VÍDEO


Créditos do vídeo à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo


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