Tópico 1152
A Agrindus - empresa agropecuária situada em São Carlos, no interior de São Paulo - conseguiu aumentar de 7 para 15 dias o prazo de validade do leite fresco pasteurizado tipo A que comercializa com a marca Letti em 45 cidades do Estado de São Paulo.
A façanha foi alcançada por meio da incorporação de micropartículas à base de prata, com propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante, no plástico rígido das garrafas usadas para envasar o leite produzido pela empresa.
A tecnologia foi desenvolvida pela Nanox – uma empresa de nanotecnologia também sediada em São Carlos, apoiada pelo Programa FAPESP: Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e uma spin off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.
“Já sabíamos que a aplicação do material antimicrobiano e bactericida que desenvolvemos em plásticos rígidos ou flexíveis usados para embalar alimentos melhora a conservação e aumenta o shelf life [vida útil] dos produtos. Por isso, decidimos fazer um teste com o plástico das garrafas de polietileno usadas para envasar leite fresco tipo A e conseguimos mais que dobrar o prazo de validade do produto somente pela adição do material na embalagem, sem usar nenhum aditivo no alimento”, disse Luiz Pagotto Simões, diretor da Nanox, à Agência FAPESP.
De acordo com Simões, as micropartículas são misturadas na forma de um pó na matriz de polietileno utilizada para moldar as garrafas plásticas por injeção ou sopro e são inertes, ou seja, não apresentam o risco de se desprenderem da embalagem e entrarem em contato com o leite.
Para testar a eficácia do material em aumentar o prazo de validade do leite fresco foram realizados testes durante um ano, tanto pela agroindústria fabricante do produto como pela empresa e por laboratórios terceirizados. “Só depois de obter a certificação de que o material estendia o shelf life do produto a empresa decidiu colocá-lo no mercado”, disse Simões.
Além da empresa, o material também está sendo testado por outras duas indústrias de laticínios distribuidoras de leite fresco em garrafas de plástico, em São Paulo e em Minas Gerais, e por empresas na região Sul do país que comercializam leite in natura em embalagens plásticas flexíveis (saquinhos).
“No caso dessas embalagens, conhecidas popularmente como ‘barriga mole’, o material é capaz de aumentar de 4 para 10 dias o shelf life do leite fresco”, afirmou Simões.
A empresa quer comercializar o produto na Europa e nos Estados Unidos, onde se consomem volumes muito maiores de leite in natura em comparação com o Brasil.
"No Brasil, o tipo de leite mais consumido é o longa vida, que passa por um processo de esterilização a temperaturas ultra-altas – de 130 ºC a 150 ºC, durante 2 a 4 segundos –, com o intuito de diminuir significativamente o número de esporos bacterianos do leite e permitir que o produto seja comercializado pelo prazo de até quatro meses, em temperatura ambiente. Já o leite fresco tipo A é submetido a um processo de pasteurização a temperaturas brandas dentro da própria fazenda e necessita de refrigeração. Ao dobrar o shelf life desse tipo de leite é possível obter ganhos na logística, armazenamento, qualidade e na segurança do produto”, comparou Simões.
Inúmeras aplicações
Além das embalagens plásticas de leite fresco, as micropartículas à base de prata desenvolvidas pela empresa são aplicadas hoje em uma série de produtos. Entre eles, utensílios plásticos e filmes de PVC para embalar alimentos, assentos sanitários, palmilhas de sapatos, secadores e chapinhas de cabelo, tintas, resinas e cerâmicas e na superfície de instrumentos médicos e odontológicos, como pinças, brocas e bisturis.
Os maiores mercados da empresa hoje, contudo, são os de tapetes e carpetes e de eletrodomésticos de linha branca, como refrigeradores, além de bebedouros de água e aparelhos de ar condicionado.
“Atuamos no mercado de linha branca, com diferentes produtos, desde 2007 e fornecemos o material para as principais fabricantes do setor”, disse Simões.
O produto é exportado atualmente para 12 países, como México, Colômbia, Chile, Itália, China e Japão, por meio de distribuidores locais.
A meta da empresa, agora, é aumentar a participação no mercado norte-americano, onde obteve, em 2013, o registro da Food and Drug Administration (FDA) – a agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos – para comercializar o material bactericida aplicado em embalagens plásticas de alimentos.
“Estamos dando entrada no registro do produto na EPA [Environmental Protection Agency, a agência de proteção ambiental norte-americana] para conseguir abranger uma parte maior do mercado norte-americano”, afirmou Simões.
Segundo ele, como ainda não há uma legislação clara tanto nos EUA como no Brasil sobre a aplicação de partículas em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro) em produtos em contato com alimentos, a empresa adota processos de nanotecnologia que resultam em partículas à base de prata em escala micrométrica.
"A tecnologia consiste na deposição de partículas de prata em escala nanométrica na superfície de partículas de cerâmica (sílica). A adesão das nanopartículas de prata à matriz cerâmica resulta em um compósito (formado por dois tipos diferentes de materiais) em escala micrométrica e com propriedade bacterida", explicou Simões.
“O efeito da combinação das partículas de prata com a matriz de cerâmica é sinérgico”, afirmou. “A prata tem propriedade bactericida e a sílica não, mas potencializa essa ação e ajuda no controle da liberação das partículas de prata para matar as bactérias”, detalhou.
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Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental Marcelo Gil.
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