Imagem ilustrativa da vantagem do carvão vegetal para o meio ambiente.
As 13 empresas produtoras de aço no Brasil lançaram, na tarde desta terça-feira (03/04), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, o Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal. Vinculadas ao Instituto Aço Brasil, as indústrias se comprometem a atuar na cadeia do carvão vegetal, de forma a eliminar as práticas e atividades que violem os direitos trabalhistas ou causem danos ao meio ambiente, como estabelece o documento. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou da solenidade de lançamento do protocolo e reafirmou a necessidade de se privilegiar a produção sustentável do carvão vegetal.
As indústrias do setor se comprometem, em até quatro anos, chegar a 100% de florestas plantadas para atender à demanda do carvão vegetal na produção do aço. Em 2011, 80% do carvão vegetal consumido por esta indústria saíram de florestas próprias plantadas, 10% vieram de florestas plantadas de terceiros e os outros 10%, de resíduos florestais legalizados.
De acordo com o presidente do conselho do Instituto Aço Brasil, André Gerdau Johampeter, o lançamento do protocolo se propõe a ratificar, de forma voluntária, o compromisso dos empresários com a sustentabilidade. Segundo ele, o Brasil produziu, em 2011, quase 48 milhões de toneladas de aço bruto, representando faturamento de R$ 65,6 bilhões.
IMPACTO
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, encomendada pelo Instituto Aço Brasil, mostra o significativo impacto da atividade na economia brasileira, com participação de 4% no total do Produto Interno Bruto (PIB). Gerdau afirma que cada emprego gerado no setor do aço proporciona outros 23 empregos na cadeias de fornecimento ou relacionadas. Mas reclamou que o setor está sofrendo reiteradas pressões devido às importações diretas de aço, que somaram mais de 3,7 milhões de toneladas em 2011, e das mais de 5 milhões de toneladas que entraram a partir das importações indiretas, configuradas pela aquisição de máquinas, veículos, equipamentos e autopeças.
"O essencial, neste protocolo, é gerar informação com transparência, a partir de um compromisso formal das empresas signatárias do documento de não comprar carvão vegetal de origem ilegal, mas somente usar os estoques provenientes de plantio próprio ou de terceiros, produzidos em consonância com os requisitos legais", salientou.
Para a ministra Izabella Teixeira, é preciso buscar novos caminhos de competitividade para esse segmento industrial. "É preciso excluir da relação do aço o mercado ilegal de carvão vegetal, um mercado socialmente injusto e ambientalmente degradante. Não justifica um país como o Brasil, ou em nenhum outro país, utilizar mão de obra infantil e trabalho escravo", afirmou a ministra.
Cristina Yuan, do Instituto Aço Brasil, disse que o setor, ao longo dos anos, tem buscado maximizar a eficiência dos processos produtivos, que consomem muita água e energia. Segundo ela, o índice de reciclagem de coprodutos na indústria do aço chega a 93% e o percentual de reaproveitamento da água é superior a 94%.
ORIGEM
Para o diretor de competitividade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alexandre Cumin, como o carvão vegetal é proveniente de florestas, é necessário que indústria do aço considere a origem da madeira. "Estimamos que metade da madeira usada na produção de carvão vegetal no Brasil seja de origem ilegal", observou.
Cumim lembrou que o carvoejamento é outro problema a ser considerado. E defendeu a modernização do processo e a utilização de tecnologias já disponíveis para substituir as técnicas rudimentares desse sistema de trabalho. "São alternativas capazes de tornar sustentável o carvoejamento, representando um diferencial competitivo para o país, já que o Brasil produz 2,5% de todo o aço consumido no mundo", reforçou.
Fonte : Ministério do Meio Ambiente.
Tópico elaborado por Marcelo Gil.
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