Imagem meramente ilustrativa.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE) participou de discussão na Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, em 15/6 do evento “Desafios da Economia Verde do Desenvolvimento Sustentável” na plenária “Resíduos Sólidos e Responsabilidade Pós-Consumo” e falou sobre as iniciativas da entidade na questão do consumo consciente, descarte de resíduos sólidos e medicamento fracionado.
O coordenador técnico da área de produtos da PROTESTE, Sérgio Mardirossian, citou dados expostos no Seminário de Medicamentos, ocorrido em 2011, sobre o fracionamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, já regulamentou a venda de 175 medicamentos por unidade, mas o consumidor não encontra essa opção para compra nas farmácias brasileiras.
A venda de remédios em grande quantidade estimula a automedicação e o descarte excessivo de medicamentos, chega a um valor de R$ 20 bilhões anuais de prejuízo ao consumidor. Outro risco é que o descarte incorreto das substâncias traz danos ao meio ambiente (contaminação do solo) e à saúde da população carente que encontra o produto no lixo e, por falta de condição financeira, consome um tratamento vencido e/ou inadequado para o problema.
ABANDONO DO LIXO
Outro ponto importante, levantado pela professora da Faculdade de Direito Patricia Iglecias, é o papel do consumidor na produção e descarte do lixo. Ela afirmou que os resíduos devem ser considerados bens socioambientais, de responsabilidade de todos, pois, não cabe mais o simples abandono do lixo. Segundo ela, o consumidor deve analisar bem antes de adquirir um produto, pensar nas embalagens provenientes do consumo e tentar ao máximo a redução do lixo. Não bastam as políticas públicas, a sociedade civil também tem papel importante na busca por um planeta sustentável.
EMBALAGENS E LUCROS
Sylmara Gonçalves Dias, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, EACH/USP, trouxe dados sobre a importância dos catadores de lixo na reciclagem. Eles são responsáveis por dar uma finalidade a 40% das embalagens geradas, pois veem na coleta seletiva uma oportunidade de trabalho e renda, uma vez que os governos municipais não cumprem com essa função com qualidade e eficiência. Apesar de fazerem todo o trabalho pesado, essas pessoas ficam com apenas 6% do valor adquirido com a reciclagem.
A plenária “Resíduos Sólidos e Responsabilidade Pós-Consumo” teve a coordenação de José Roberto Cardoso da Escola Politécnica da USP e a participação de Maria Cecilia Loschiavo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Patricia Iglecias da Faculdade de Direito da USP, Sylmara L. F. Gonçalves da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, Jessica Magnusson da SP Technical Research Insitute da Suécia e Sérgio Mardirossian, da PROTESTE.
Fonte : Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Tópico elaborado por Marcelo Gil.
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