Imagem meramente ilustrativa.
A mostra Brazilian Nature – Mystery and Destiny, uma parceria entre a FAPESP e o Museu Botânico de Berlim, foi aberta ao público alemão no dia 4 de dezembro na Biblioteca da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, em Eichstätt, no estado da Baviera.
Durante a abertura, o professor Richard Schenk, presidente da universidade, explicitou o fato de a exposição representar uma oportunidade para o público alemão – particularmente o público universitário – conhecer, além de dados históricos sobre a fauna e a flora brasileiras, um pouco do que se pesquisa atualmente sobre biodiversidade no Brasil.
Para Schenk, trata-se de uma referência, pois a exposição dá uma medida do que o Brasil pode mostrar de seu ponto de vista sobre a biodiversidade do planeta.
“A exposição enfatiza a necessidade de haver equilíbrio na convivência entre os seres humanos e a natureza, incluindo todas as outras espécies animais. Fazemos parte dessa complexidade, mas precisamos saber aplicar nosso conhecimento a respeito para manter esse equilíbrio, que é muito tênue”, disse.
A exposição foi exibida pela primeira vez na Alemanha em 2008 e mostrou o trabalho de documentação feito por Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) reunido na obra Flora brasiliensis e que deu origem ao projeto “Flora Brasiliensis On-line e Revisitada”. Esse projeto inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes.
A mostra conta com o apoio do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt. Thomas Fisher, responsável pelo instituto, reforça a importância da exposição Brazilian Nature para a universidade, em razão dos vínculos já estabelecidos com instituições brasileiras.
Para Fisher, o interesse pelo Brasil é crescente nos meios acadêmicos, mas também em outros setores na Alemanha, pois o Brasil está em uma nova fase de influência no mundo.
“No caso de nosso centro de estudos, o Brasil representa praticamente a metade de nossas ações na América Latina, e essa troca nos ajuda a construir espaços transnacionais, a exemplo do que fez Martius para os grandes projetos de pesquisa na biodiversidade. Particularmente, a exposição deve ajudar a aproximar a Bavária de São Paulo”, disse, em alusão à obra Hortus Eystettensis, de Bisilius Besler.
Publicada em Eichstätt em 1613, Hortus Eystettensis retrata o jardim botânico criado por encomenda do príncipe-bispo Johann Conrad Von Gemmingen, com a descrição de 1.084 espécies vegetais e 367 gravuras.
A obra de Besler é considerada uma das influências de Martius para a realização de seu trabalho. O catálogo de 400 anos está atualmente no Museu Willibaldsburg, em Eichstätt.
TRÊS EM UM
São três as partes que compõem a exposição. Na primeira, está refletido o projeto “Flora Brasiliensis On-line e Revisitada”, considerada uma continuidade da Flora Brasiliensis de Martius, que teve seu primeiro volume publicado em 1841 e o último apenas em 1906, depois da morte do autor.
Um século após sua publicação, as obras, digitalizadas, passaram a ser acessíveis também na internet, com detalhes em alta resolução. No endereço http://florabrasiliensis.cria.org.br consta a versão integral da obra, com 10.207 páginas e descrições das quase 23 mil espécies e quase 4 mil ilustrações.
O “Flora Brasiliensis On-line e Revisitada” inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes.
A segunda parte da exposição remete ao projeto “Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo”, iniciado em 1993 e que listou cerca de 80% da flora paulista, com 8 mil espécies de plantas com flores.
O projeto reuniu mais de 200 pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dos institutos Botânico, Florestal e Agronômico e do Departamento de Parques e Áreas Verdes da cidade de São Paulo. Também contribuíram pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de outros estados brasileiros e de outros países.
O programa BIOTA-FAPESP compõe a terceira parte da exposição e aborda a biodiversidade de forma geral. Os dados do programa incluem a identificação e descrição de 500 novas espécies de plantas e animais e o registro de informações sobre mais de 12 mil espécies e bancos de dados com o conteúdo de 35 coleções biológicas, que têm sido aplicados como instrumento de preservação ambiental no Estado de São Paulo.
Durante a abertura da exposição, o professor Luciano Verdade, um dos membros da coordenação do BIOTA-FAPESP, apresentou ao público alguns dos principais resultados do programa.
Composta por 37 painéis, com reproduções de imagens e ilustrações e textos explicativos, a exposição já foi vista na Alemanha em Berlim, Bremen, Leipizig e Heidelberg e ficará em exibição em Eichstätt, até 9 de fevereiro de 2013. Na América do Norte, a exposição já circulou por Toronto (Canadá), Washington, Cambridge e Morgantown (Estados Unidos) e está programada para ser exibida também na Espanha, nas cidades de Salamanca e Madri.
Os painéis digitalizados podem ser vistos com legendas em português, inglês e alemão no endereço: www.fapesp.br/publicacoes/braziliannature
Fonte : Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo.
Tópico elaborado por Marcelo Gil.
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