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segunda-feira, 30 de abril de 2018

PESQUISA: Zika elimina tumor humano avançado no sistema nervoso

Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01432

Um estudo brasileiro mostrou, pela primeira vez em um modelo vivo, que o vírus Zika pode ser usado como ferramenta no tratamento de tumores humanos agressivos do sistema nervoso central.

O estudo foi publicado na quinta-feira (26/04) na revista Cancer Research.

Após injetar pequenas quantidades do patógeno no encéfalo de camundongos com estágio avançado da doença, os cientistas observaram uma redução significativa da massa tumoral e aumento da sobrevida dos animais. Em alguns casos, houve a eliminação completa do tumor – até mesmo de metástases na medula espinal.

Estamos muito animados com a possibilidade de testar o tratamento em pacientes humanos e já estamos conversando com oncologistas. Também submetemos uma patente com o protocolo terapêutico adotado em roedores”, contou Mayana Zatz, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e coordenadora do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.

Zatz coordenou a investigação ao lado de Oswaldo Keith Okamoto, também professor do IB-USP e membro do CEGH-CEL. Colaboraram pesquisadores do Instituto Butantan, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Nossos resultados sugerem que o Zika possui uma afinidade ainda maior pelas células tumorais do sistema nervoso central do que pelas células-tronco neurais sadias [principais alvos do vírus no cérebro de fetos expostos durante a gestação]. E ao infectar a célula tumoral ele a destrói rapidamente”, disse Okamoto.

Em seu laboratório no IB-USP, o pesquisador tem se dedicado nos últimos anos a estudar um grupo de genes que, quando expressos em tumores malignos, conferem às células tumorais propriedades semelhantes às de células-tronco, tornando-as mais agressivas e resistentes ao tratamento (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/21884/).

Segundo Okamoto, essas células tumorais com características de células-tronco já foram observadas em diversos tipos de tumores sólidos, inclusive aqueles que afetam o sistema nervoso central. Dados da literatura científica sugerem que elas ajudam o câncer a se disseminar pelo organismo e a restaurar o crescimento tumoral após a quase eliminação da doença por tratamentos de químio e radioterapia.

Nossos estudos e de outros grupos mostraram que o vírus Zika causa microcefalia porque infecta e destrói as células-tronco neurais do feto, impedindo que novos neurônios sejam formados. Foi então que tivemos a ideia de investigar se o vírus também atacaria as células-tronco tumorais do sistema nervoso central”, disse Okamoto.


Metodologia

O trabalho agora publicado teve como foco os chamados tumores embrionários do sistema nervoso central. Foram usadas nos experimentos três linhagens tumorais humanas: duas de meduloblastoma e outra de tumor teratoide rabdoide atípico (TTRA).

Como explicou Okamoto, ambos os tipos de câncer são causados por aberrações – genéticas ou epigenéticas – que acometem as células-tronco e progenitores neurais durante o desenvolvimento embrionário, quando o sistema nervoso está em formação.

As células-tronco neurais que sofrem essas alterações dão origem, mais tarde, às células tumorais. Formam tumores agressivos, de rápido crescimento, que podem se manifestar logo após o nascimento ou até a adolescência”, disse o pesquisador.

Em uma primeira etapa da pesquisa, o grupo testou in vitro se o Zika era capaz de infectar essas três linhagens de tumores do sistema nervoso central e também células de outros tipos frequentes de câncer, como mama, próstata e colorretal.

Foi feito um estudo de escalonamento de dose, ou seja, quantidades crescentes do vírus foram adicionadas às células tumorais em cultura até encontrar a quantidade capaz de promover a infecção. Por microscopia de imunofluorescência, os pesquisadores puderam confirmar se o vírus tinha de fato invadido e começado a se replicar no interior da célula tumoral.

Observamos que pequenas quantidades do Zika eram suficientes para infectar as células de tumores do sistema nervoso central. As de próstata chegaram a ser infectadas, mas em uma proporção muito menor. Por outro lado, mesmo uma grande dose viral não causou infecção nas células de câncer de mama e de tumor colorretal”, disse Okamoto.

O segundo experimento consistiu em comparar a capacidade do vírus de infectar células-tronco neurais sadias – obtidas a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês, células adultas reprogramadas em laboratório para se comportarem como células-tronco) – e células-tronco tumorais do sistema nervoso central.

Infectamos ambos os tipos celulares in vitro e vimos que as células-tronco tumorais são ainda mais suscetíveis a serem destruídas pelo Zika do que as células-tronco neurais sadias. Nesse mesmo ensaio, expusemos neurônios maduros ao vírus – diferenciados a partir das células-tronco neurais humanas – e vimos que eles não foram infectados ou destruídos pelo patógeno”, disse o pesquisador.

Esta é uma ótima notícia, uma vez que nosso objetivo é destruir especificamente células tumorais”, afirmou Zatz.

Como explicou a pesquisadora, as células-tronco neurais usadas no experimento foram obtidas durante um estudo anterior do grupo, feito com pares de gêmeos discordantes, ou seja, casos em que apenas um dos irmãos foi afetado pelo vírus, embora ambos tenham sido expostos igualmente durante a gestação (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/27083).

A linhagem de tumor teratoide rabdoide atípico foi, segundo Okamoto, a que se mostrou mais sensível à infecção.

Fizemos uma extensa análise do perfil genético e molecular dessas linhagens, que incluiu sequenciamento completo do exoma [parte do genoma onde estão os genes que codificam proteínas], análise de expressão gênica global e de alterações cromossômicas. Chegamos à conclusão que essa linhagem tumoral mais sensível ao vírus também foi a que mais se assemelhou às características moleculares das células-tronco neurais sadias”, disse o cientista.

Dados preliminares do grupo sugerem que o Zika também é capaz de infectar e destruir outros tipos de células tumorais do sistema nervoso central, entre elas glioblastoma e ependimoma.


Ensaios in vivo

Na terceira e última etapa da pesquisa, foram feitos ensaios com camundongos imunossuprimidos, nos quais foram injetadas células tumorais humanas – tanto de meduloblastoma quanto do tumor teratoide rabdoide atípico, em diferentes grupos.

Nesse modelo de estudo, o tumor é induzido em uma região do encéfalo conhecida como ventrículo lateral. De lá, ele se espalha para outras regiões do sistema nervoso central e, em seguida, ao longo da medula espinal – mimetizando casos avançados da doença humana.

Depois que o tumor estava instalado, uma parte dos animais recebeu – na mesma região do encéfalo – uma injeção com pequena dose de Zika. “No grupo tratado, observamos uma redução significativa do volume tumoral. Em alguns casos, o tumor foi eliminado totalmente, até mesmo as metástases que haviam se formado na medula espinal”, disse Okamoto.

O maior aumento da sobrevida foi observado entre os animais com tumor teratoide rabdoide atípico. Enquanto o grupo não tratado sobreviveu por até 30 dias, a sobrevida dos que receberam o Zika nesse grupo foi de até 80 dias.

Os animais acabaram morrendo mesmo quando o tumor foi totalmente eliminado – em decorrência das complicações da doença em estágio avançado. É possível que a sobrevida se torne ainda maior caso o tratamento seja feito em um estágio mais precoce. É algo que precisamos investigar”, disse Okamoto.

Os pesquisadores também injetaram o vírus em um grupo de roedores imunossuprimidos que não teve o câncer induzido. Nesse caso, o vírus ficou mais tempo circulando pelo organismo e os animais morreram em apenas duas semanas em decorrência da infecção viral.

O animal imunossuprimido é muito sensível a qualquer patógeno, mas tivemos de recorrer a esse modelo porque é o único em que as células tumorais humanas são capazes de se proliferar”, explicou Okamoto.

Ao investigar por que o vírus foi mais letal nos animais sem câncer do que nos doentes, o grupo descobriu que as partículas virais geradas quando o Zika infecta as células tumorais são menos virulentas, ou seja, têm menor capacidade de infectar novas células do que as partículas geradas em células sadias.

Todo esse conjunto de resultados sugere que vários tipos de tumores agressivos do sistema nervoso central poderiam ser tratados com algum tipo de abordagem envolvendo o Zika, no futuro. Antes, porém, precisamos investigar melhor quais tipos de tumores respondem a esse efeito oncolítico, quais os benefícios do tratamento e quais os efeitos colaterais da exposição ao patógeno”, disse Okamoto.

Paralelamente ao desenvolvimento da parte teórica em laboratório, afirmou Zatz, o grupo pretende avançar até a fase de ensaios clínicos em humanos. “São tumores para os quais hoje há poucas opções terapêuticas. A ideia seria começar com dois ou três pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais e, se a estratégia funcionar, estender para um grupo maior”, disse.

Para Zatz, o fato de milhares de brasileiros já terem sido infectados pelo Zika durante a epidemia de 2015 indica que o procedimento é suficientemente seguro. “Cerca de 80% dos infectados nem sequer apresentam sintomas. Os outros 20%, em sua maioria, manifestam sintomas leves, muito menos agressivos que os da dengue ou que os efeitos adversos da quimioterapia”, disse.

Zatz ressaltou ainda a importância do programa CEPID para tornar viável esse tipo de estudo. “Permitiu a colaboração entre pesquisadores com diferentes expertises e com extrema rapidez, o que pode fazer toda a diferença”, disse.




Veja também;






Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental MARCELO GIL.


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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Brasileiros participam de trabalho internacional para aumentar a capacidade da PETase de decompor as garrafas PET


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01431

De 4,8 a 12,7 bilhões de quilos de plástico são lançados anualmente nos oceanos. Mantida a tendência, a quantidade deverá decuplicar por volta de 2025. É o que revelou um estudo publicado na revista Science em 2015, com dados de 2010.

Um dos fatores que fazem com que os plásticos sejam tão utilizados é justamente aquele que mais contribui para sua ameaça ao meio ambiente: a resistência à degradação. Ao ser descartada, uma garrafa PET (polietileno tereftalato) pode permanecer no meio ambiente por 800 anos.

Com tudo isso, é fácil entender o grande interesse suscitado pela descoberta de uma enzima capaz de digerir o polietileno tereftalato. E a enzima, denominada PETase, acaba de ter sua capacidade de degradar o plástico incrementada. A novidade foi descrita em artigo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS).

Dois pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp) participaram da pesquisa, em colaboração com pesquisadores do Reino Unido (University of Portsmouth) e dos Estados Unidos (National Renewable Energy Laboratory). São o pós-doutorando Rodrigo Leandro Silveira e seu supervisor, o professor titular e pró-reitor de Pesquisa da Unicamp Munir Salomão Skaf.

A participação foi apoiada pela FAPESP por meio de Bolsa de Pós-Doutorado e de Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior concedidas a Silveira e do Centro de Pesquisa em Engenharia e Ciências Computacionais, coordenado por Skaf e um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) mantidos pela Fundação.

Usado principalmente na fabricação de garrafas de bebidas, o polietileno tereftalato é também muito empregado na confecção de roupas, tapetes e outros objetos. Em nossa pesquisa, caracterizamos a estrutura tridimensional da enzima capaz de digerir esse plástico, a engenheiramos, aumentando seu poder de degradação, e demonstramos que ela é também ativa em polietileno-2,5-furanodicarboxilato (PEF), um substituto do PET fabricado a partir de matérias-primas renováveis”, disse Silveira à Agência FAPESP.

O interesse pela PETase surgiu em 2016, quando um grupo de pesquisadores japoneses, tendo à frente Shosuke Yoshida, identificou uma nova espécie de bactéria, Ideonella sakaiensis, capaz de usar o polietileno tereftalato como fonte de carbono e energia – em outras palavras, capaz de se alimentar de PET. Trata-se, até hoje, do único organismo conhecido com essa capacidade. Ele, literalmente, cresce sobre o PET.

Além de identificar a Ideonella sakaiensis, os japoneses descobriram que ela produzia duas enzimas que são secretadas para o meio ambiente. Uma das enzimas secretadas era justamente a PETase. Por ter certo grau de cristalinidade, o PET é um polímero muito difícil de ser degradado. Usamos tecnicamente o termo ‘recalcitrância’ para nomear a propriedade que certos polímeros muito empacotados possuem de resistir à degradação. O PET é um deles. Mas a PETase o ataca e o decompõe em pequenas unidades – o ácido mono(2-hidroxietil)tereftálico (MHET). As unidades de MHET são então convertidas em ácido tereftálico e absorvidas e metabolizadas pela bactéria”, disse Silveira.

Todos os seres vivos conhecidos utilizam biomoléculas para sobreviver. Todos menos a Ideonella sakaiensis, que consegue utilizar uma molécula sintética, fabricada pelo ser humano. Isso significa que tal bactéria é resultado de um processo evolutivo muito recente, ocorrido ao longo das últimas décadas. Ela conseguiu se adaptar a um polímero que foi desenvolvido no início dos anos 1940 e só começou a ser utilizado em escala industrial nos anos 1970. Para isso, a PETase é a peça-chave.

A PETase faz a parte mais difícil, que é romper a estrutura cristalina e despolimerizar o PET em MHET. O trabalho da segunda enzima, que transforma MHET em ácido tereftálico, já é bem mais simples, uma vez que seu substrato é formado por monômeros aos quais a enzima tem fácil acesso por estarem dispersos no meio reacional. Por isso, os estudos se concentraram na PETase”, disse Silveira.

A etapa seguinte foi estudar detalhadamente a PETase e nisso consistiu a contribuição da nova pesquisa. “Nosso foco foi descobrir o que conferia à PETase a capacidade de fazer algo que as demais enzimas não eram capazes de fazer com muita eficiência. Para isso, o primeiro passo foi obter a estrutura tridimensional dessa proteínaObter a estrutura tridimensional significa descobrir as coordenadas x, y e z de cada um dos milhares de átomos que constituem a macromolécula. Nossos colegas britânicos fizeram esse trabalho por meio de uma técnica bastante conhecida e utilizada, chamada difração de raio X. Eles se serviram de um laboratório muito parecido com o Sirius, que está sendo construído em Campinas”, explicou.


Enzima modificada se liga melhor ao polímero

Obtida a estrutura tridimensional, os pesquisadores começaram a comparar a PETase com proteínas aparentadas. A mais parecida é uma cutinase da bactéria Thermobifida fusca, que degrada a cutina, uma espécie de verniz natural que recobre as folhas das plantas. Certos microrganismos patogênicos utilizam cutinases para romper a barreira de cutina e se apropriar dos nutrientes presentes nas folhas.

Verificamos que, na região da enzima onde ocorrem as reações químicas, o chamado ‘sítio ativo’, a PETase apresentava algumas diferenças em relação à cutinase. Ela possui um sítio ativo mais aberto. Por meio de simulações computacionais – e essa foi a parte em que mais contribuí –, pudemos estudar os movimentos moleculares da enzima. Enquanto a estrutura cristalográfica, obtida por difração de raio X, fornece informações estáticas, as simulações possibilitam ter informações dinâmicas, e descobrir o papel específico de cada aminoácido no processo de degradação do PET”, explicou o pesquisador do IQ-Unicamp.

A física dos movimentos da molécula resulta das atrações e repulsões eletrostáticas do enorme conjunto de átomos e da temperatura. As simulações computacionais permitiram entender melhor como a PETase se liga e interage com o PET.

Descobrimos que a PETase e a cutinase têm dois aminoácidos diferentes no sítio ativo. Por meio de procedimentos de biologia molecular, produzimos então mutações na PETase, com o objetivo de transformá-la em cutinase”, disse Silveira.

Se conseguíssemos fazer isso, mostraríamos por que a PETase é PETase, isto é, saberíamos quais são os componentes que lhe conferem a propriedade tão peculiar de degradar o PET. Mas, para nossa surpresa, ao tentar suprimir a atividade peculiar da PETase, isto é, ao tentar transformar a PETase em cutinase, produzimos uma PETase ainda mais ativa. Buscávamos reduzir a atividade e, em vez disso, a aumentamos”, disse.

Isso demandou novos estudos computacionais, para entender por que a PETase mutante era melhor do que PETase original. Com a modelagem e as simulações, foi possível perceber que as alterações produzidas na PETase favorecem o acoplamento da enzima com o substrato.

A enzima modificada se liga melhor ao polímero. Esse acoplamento depende de fatores geométricos, ou seja, do encaixe do tipo “chave e fechadura” entre as duas moléculas. Mas também de fatores termodinâmicos, ou seja, das interações entre os diversos componentes da enzima e do polímero. A maneira elegante de descrever isso é dizer que a PETase modificada apresenta “maior afinidade” pelo substrato.

Em termos de uma futura aplicação prática, de obter um ingrediente capaz de degradar toneladas de lixo plástico, o estudo foi um enorme sucesso. Mas a pergunta sobre o que faz a PETase ser uma PETase continua sem resposta.

A cutinase possui os aminoácidos a e b. A PETase possui os aminoácidos x e y. Imaginamos que, trocando x e y por a e b, conseguiríamos transformar a PETase em cutinase. Em vez disso, produzimos uma PETase melhorada. Em outras palavras, não são os dois aminoácidos a explicação para o comportamento diferencial das duas enzimas. É outra coisa”, disse Silveira.


Evolução em curso

A cutinase é uma enzima antiga, enquanto a PETase é uma enzima moderna, resultante da pressão evolutiva que possibilitou à Ideonella sakaiensis se adaptar a um meio que contém apenas ou principalmente polietileno tereftalato como fonte de carbono e energia.

Dentre as muitas bactérias incapazes de utilizar esse polímero, alguma mutação gerou uma espécie que conseguiu fazê-lo. Essa bactéria começou a se reproduzir e crescer muito mais do que as outras porque tinha alimento à vontade. Com isso, ela se desenvolveu. Ao menos essa é a explicação fornecida pela teoria evolucionista padrão. “O fato de termos conseguido uma enzima melhor fazendo uma pequena alteração sugere fortemente que essa evolução ainda não foi completada. Ainda há novas possibilidades evolutivas a serem compreendidas e exploradas, com vistas à obtenção de enzimas ainda mais eficientes. A PETase melhorada não é o fim do caminho. É apenas o começo”, disse Silveira.

Com vistas à aplicação, o próximo passo é passar da escala de laboratório para a industrial. Para isso, outros estudos, relacionados com engenharia de reatores, otimização dos processos e diminuição de custos serão necessários.

O artigo Characterization and engineering of a plastic-degrading aromatic polyesterase (doi: https://doi.org/10.1073/pnas.1718804115), de Harry P. Austin, Rodrigo L. Silveira, Munir S. Skaf e outros, está publicado em www.pnas.org/content/early/2018/04/16/1718804115.




Veja também;






Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental MARCELO GIL.


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sexta-feira, 20 de abril de 2018

FAPESP: Cidades "inteligentes" dependem de ação conjunta entre setores da sociedade


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01430

Mais da metade da população mundial vive em cidades e a expectativa é que até 2050 o índice salte para 75%. Especialistas defendem que para gerar qualidade de vida, combater problemas do sistema de saúde e até mesmo planejar movimentos econômicos, o poder público, a iniciativa privada e os cidadãos terão que lidar com questões referentes às cidades inteligentes.

Essa foi a opinião levantada por participantes do evento “Mobilidade e Cidades Inteligentes”, realizado em 16 de abril pela FAPESP em parceria com o Instituto do Legislativo Paulista (ILP).

Foi o quinto evento do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que contou com a participação do deputado estadual Marco Vinholi, de Leonardo Quintiliano, diretor-executivo do ILP, e de Carlos Américo Pacheco, presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP. “Faz falta para as políticas públicas a distribuição de um pensamento integrado à tecnologia”, disse Vinholi durante a abertura do evento.

Na avaliação de um dos palestrantes, Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP), cada vez mais a tendência será criar aplicações e serviços para a população a partir da coleta e análise de dados, seja em transportes, saúde, coleta de lixo, por exemplo.

Isso é a base das cidades inteligentes. Porém, a velocidade com que esse movimento vai ocorrer depende de nós, cientistas, depende do Legislativo, das empresas e da população”, disse o membro da Coordenação Adjunta - Pesquisa para Inovação da FAPESP.

Segundo ele, não é raro que a preocupação inicial de prefeituras seja com a compra de determinado produto atrelado a cidades inteligentes.

 “Isso é uma maneira de se obter uma cidade burra. Saber que hardware comprar é a última coisa a se fazer. Fazer uma cidade inteligente exige ter especialistas e cientistas trabalhando de forma integrada com funcionários da prefeitura para entender quais são as necessidades da população, fazer diagnósticos e elaborar projetos para uma política pública de longo prazo. Somente quando se chega a esse ponto é que se escolhe o produto a comprar ou se é preciso desenvolver um novo”, disse.

Kon apresentou projetos desenvolvidos na USP que possibilitam a criação de políticas públicas baseadas em evidência. Entre eles estava um sistema que monitorava a relação entre sistema de saúde e mobilidade urbana.

Calculamos quanto as pessoas precisam se deslocar para receber determinado tratamento de saúde. Vimos que elas se deslocam muito. Estudos como esses podem justificar a localização de novos hospitais, ou, se o governo tem dinheiro apenas para investir em um e não cinco hospitais, que o investimento seja feito da melhor maneira possível”, disse.

Ainda na toada de políticas públicas baseadas em evidências, Marcio Cabral, da startup Scipopulis, empresa apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), mostrou como o monitoramento em tempo real da frota de ônibus na cidade de São Paulo pode auxiliar na tomada de decisões e melhoria de vida dos passageiros.

A partir da nossa análise de dados conseguimos responder a perguntas sobre mobilidade urbana e ter uma análise global do trânsito. Com o monitoramento é possível fazer uma análise global tanto para o passageiro, que precisa saber que horas o ônibus vai chegar, quanto para o gestor. A análise para o gestor utiliza também dados históricos para indicar onde há problemas crônicos ou momentâneos que exijam uma ação planejada ou imediata da cidade”, disse Cabral.

Recentemente, a Scipopulis mapeou a cidade de São Paulo com números de linhas de ônibus, escolas, empresas, hospitais. O objetivo foi conseguir, a partir dos dados, prever quantas pessoas circulam pela cidade e avaliar as interseções das linhas de ônibus da cidade. “A partir de simulações em um sistema de machine learning [aprendizagem de máquina] conseguimos prever quais mudanças nas linhas podem atender melhor a cidade”, disse Cabral.


Senhora com problemas de saúde

A cidade interfere na economia e na saúde das pessoas. Qual é o peso de morar em uma grande cidade? Segundo Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, é possível identificar o peso da metrópole em seus moradores.

Em São Paulo, fazemos 15 mil autópsias por ano. É o maior número no mundo e é possível ver as impressões da cidade sobre os corpos. É possível ver as manchas de carbono, de poluição, nos pulmões. A partir de entrevistas com parentes, o patologista consegue saber onde aquela pessoa morava. Com isso, chegou-se à estimativa de que duas horas que a pessoa passa no trânsito de São Paulo equivalem a fumar um cigarro. O trânsito já tem efeito mais nocivo do que ser fumante passivo”, disse.

Saldiva explicou que as cidades afetam a saúde de seus moradores principalmente em três questões de saúde: obesidade, saúde mental e câncer. “Sabe-se que quanto maior for a cidade, maiores serão as taxas ajustáveis de obesidade, depressão, ansiedade, esquizofrenia e câncer”, disse.

Para o pesquisador – que acaba de lançar o livro Vida Urbana e Saúde (editora Contexto) –, é possível também traçar um perfil da cidade.

Se São Paulo fosse uma mulher, seria uma senhora de 464 anos obesa que cresceu mais que a estrutura permitia. Teria artérias entupidas com trombos metálicos de quatro rodas, bronquite crônica por poluição e insuficiência renal, com diarreia aquosa em seus rios. Além disso também teria diabetes, por usar energia de forma perdulária, e Alzheimer, por esquecer o que foi feito nas gestões anteriores”, disse.

Saldiva defende que os temas cidades inteligentes e mobilidade urbana, além de serem uma questão de saúde, estejam relacionados aos direitos fundamentais das pessoas. “A forma como nos locomovemos nas cidades está conectada a essas doenças e também pode ser interpretada como um método de exclusão. Como um jovem que precisa de três horas para se locomover vai estudar e se tornar uma pessoa melhor para a sociedade? Calculamos o preço de mudar, mas ninguém sabe o preço de manter como estamos hoje”, disse.

Danilo Igliori, professor na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, falou sobre a relação das cidades com a economia. “Em economia, defendemos que as paisagens econômicas revelam realidades complexas. Quais os custos e os benefícios de morar em uma cidade como São Paulo. Em nossos estudos vimos que o acesso ao transporte público tem relação com o peso de uma vaga no valor do imóvel”, disse.

Um estudo feito no Departamento de Economia da FEA, a partir de dados de 15 milhões de imóveis, mostrou que quanto mais próximo de uma estação de metrô estiver o imóvel, menor será o peso da vaga de garagem no valor total do imóvel. De acordo com o levantamento, a vaga pode representar até 11,7% do valor total de um imóvel na cidade. De acordo com o cálculo, uma vaga de estacionamento pode deixar um apartamento de 60 m2 de R$ 14 mil a R$ 238 mil mais caro, dependendo da proximidade do metrô.

O objetivo do ciclo ILP-FAPESP é divulgar estudos de relevante impacto social e econômico realizados por pesquisadores do Estado de São Paulo e que possam dar origem a políticas públicas que beneficiem a sociedade. O próximo evento será no dia 21 de maio, no auditório Teotônio Vilela, na Alesp, com o tema “Inovação na saúde: tecnologias que salvam vidas”.




Veja também;






Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental MARCELO GIL.


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quarta-feira, 11 de abril de 2018

OAB Federal promove IV Conferência Internacional de Direito Ambiental dê 6 a 8 de junho em Vitória


Imagem ilustrativa. Divulgação: OAB Federal

Tópico 01429

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por sua Comissão Nacional de Direito Ambiental, em parceria com o Conselho Seccional da OAB do Espírito Santo, realizará a IV Conferência Internacional de Direito Ambiental, em Vitória no Espírito Santo.

A utilização de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis ainda representa o grande desafio mundial neste ano em que se comemoram os 30 anos da Constituição Ambiental.

Os operadores do direito, assim como todos os profissionais das diversas áreas do conhecimento, devem estar preparados para o novo quadro proveniente das transformações causadas pela inserção da variante ambiental nos mercados, na política, na economia e no Estado, desempenhando suas atividades segundo os princípios da moral e da ética, atuando em nome da justiça, da equidade social e do desenvolvimento sustentável.


Parceria

O Conselho Federal da OAB firmou uma parceria com a Bancorbrás Corporate & Travel. A empresa está apta a fechar pacotes de passagens e hospedagens a um preço diferenciado aos inscritos (e acompanhantes) da IV Conferência Internacional de Direito Ambiental a realizar-se na cidade de Vitória - ES, no período de 06 a 08 de junho de 2018. (Links disponíveis em breve);


Certificados

Serão concedidos certificados aos participantes da IV Conferência Internacional de Direito Ambiental perfazendo um total de 30 horas para efeito de complementação das horas curriculares exigidas nos cursos de direito.





Veja também;








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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Agrolink: Estudante do Amapá expõe vasos feitos de caroço de açaí em conferência científica na Sérvia


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01428

Um conjunto de vasos ecológicos, feitos a partir de resíduos de caroços de açaí, será apresentado pela jovem amapaense Aira Beatriz Cardoso de Souza, 17 anos, durante a International Conference of Young Scientists (ICYS), evento internacional que será realizado na Sérvia, de 19 a 25 de abril de 2018. O objetivo da conferência é reunir jovens estudantes com iniciativas promissoras para promover intercâmbio no cenário científico internacional.

O evento ocorre anualmente em distintas cidades, promovendo troca de experiências, culturas e conhecimentos. Esta é a 25ª edição e será realizado em Belgrado, capital da Sérvia, uma das cidades mais antigas da Europa. Este ano, participarão 300 jovens estudantes de vários países, sendo 7 do Brasil.

Participar da ICYS fará com que eu aprenda mais e vivencie as diferentes percepções e soluções para os problemas que jovens inspirados na ciência buscam, dando-me a possibilidade de crescer não só em minha vida pessoal, como também de alavancar os potenciais de meu projeto", destacou Aira Souza, que embarcará para a Sérvia acompanhada da professora orientadora Danielle Alessandra Pereira de Brito.

A jornada rumo ao evento inclui escalas e conexões no Brasil e na Suíça até chegarem na Sérvia. O custeio da viagem é proveniente de recursos para projetos sociais da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas de Macapá, representada pelo juiz Rogério Funfas.

A ICYS tem caráter de campeonato de projetos científicos e também de intercâmbio entre os participantes. A representante do Amapá, Aira Sousa, além de levar cinco amostras dos vasos biodegradáveis para competir na conferência científica, também irá presentear jovens de vários países com minibandeiras do Amapá, bottons e chaveiros resinados feitos a partir de resíduos de caroço de açaí.

Os vasos ecológicos passaram por análise química no laboratório da Embrapa Amapá, a fim de identificar o grau de nutrientes. Brevemente serão testados cientificamente quanto ao desenvolvimento de plantas”, explicou o chefe-geral interino da Embrapa Amapá, Nagib Melém. São vasos em formato de embalagem ecológica, que servem de substratos quando decompostas no solo e não deformam as raízes das plantas. As vantagens deste vaso ecológico é que retém maior umidade, apresenta mais resistência e durabilidade em comparação aos de materiais tradicionais, tem boa aeração e baixo custo.

O projeto desenvolvido pela estudante amapaense tem como título “Biovaso: reaproveitamento dos resíduos de biomassa euterpe oleracea para a produção de vasos ecológicos”. No ano passado, Aira Souza competiu na Copa Science de México, com 22 projetos universitários e conquistou o segundo lugar com o vaso biodegradável, na categoria área de agronomia. Aira Souza é ganhadora de vários prêmios na área de agronomia e desenvolvimento sustentável. Em 2015 ela criou o projeto Lixeira Sustentável, implementado na Escola Estadual Santa Maria, bairro do Cabralzinho, em Macapá (AP), o que lhe rendeu o Voto de Louvor outorgado pela Câmara de Vereadores de Macapá. Em 2016 o projeto foi premiado em 1º lugar pela Universidade de São Paulo (USP) e implementado na Escola Santa Maria.

A International Conference of Young Scientists (ICYS) foi realizada pela primeira vez em 1993 e o Brasil participa do evento desde 2005 e já contou com a participação de cerca de 40 jovens.






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terça-feira, 3 de abril de 2018

CRQ da IV Região promove eventos com o intuito de aprimorar os conhecimentos dos profissionais da química


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01427


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Fonte: Conselho Regional de Química da IV Região.

Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental MARCELO GIL.


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