Powered By Blogger

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Abrampa realizará o seminário 'O Ministério Público e a Gestão de Resíduos Sólidos e Logística Reversa' nos dias 20 e 21 de setembro de 2018, em São Paulo








************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

EMBRAPA: Gado em sistema integrado com floresta procura menos água

Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01458

Resultados de pesquisa envolvendo o comportamento de bovinos revelam que animais criados em sistemas integrados com árvores frequentam menos os bebedouros em comparação com aqueles criados em sistemas convencionais, a pleno sol. A redução chega a 19%, de acordo com estudo desenvolvido na Embrapa Pecuária Sudeste (SP). Trata-se de uma das vantagens de sistemas de produção como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que vem sendo adotada gradativamente no País, chegando a quase 12 milhões de hectares.

Essa e outras vantagens da estratégia de produção ILPF são relatadas pelo pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, que trabalha com biotecnologia da reprodução animal. Ele integra uma equipe multidisciplinar que vem comparando a criação de bovinos nos sistemas integrados e convencionais.

Rossetto é orientador da dissertação de mestrado de Alessandro Giro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), médico veterinário que desenvolveu a pesquisa sobre o conforto térmico dos bovinos criados em ILPF. Durante a pesquisa, foram avaliados também o comportamento dos animais e a frequência de ida a bebedouros e cochos de sal mineral. O consumo de água em volume não foi diretamente medido. O trabalho de campo foi realizado de janeiro a junho de 2017 e a dissertação foi defendida em julho de 2018.

O trabalho foi feito por observação visual em campanhas mensais de dois dias consecutivos, ao longo de oito horas por dia. A equipe ficava a uma distância que não interferisse no comportamento dos animais. O estudo constatou que, no período da tarde, 87% dos animais que estavam expostos ao sol foram ao bebedouro. Na área sombreada, esse índice caiu para 63% no mesmo período. A diferença foi maior nos meses de janeiro a março, quando as temperaturas, em geral, são mais elevadas.


Sistemas ILPF otimizam os recursos naturais

Na área de ILPF, onde estão as árvores, buscamos também observar se os animais procuravam mais os espaços sombreados ou com sol. Medimos o tempo em minutos em que eles permaneceram no sol e na sombra. Constatamos que eles preferem a sombra, independentemente do turno”, afirmou Alessandro.

Os animais que tiveram possibilidade de escolha entre sol e sombra passaram mais tempo pastejando, em ócio ou ruminando sob a copa das árvores.

O animal que sofre com o estresse pelo calor reduz a ingestão de alimentos. “Quando se abriga na sombra, a carga térmica sobre o animal diminui e ele tem menor necessidade de dissipar o calor para o meio. Isso reduz a ofegação e a transpiração, minimizando a demanda por ingestão de água”, explica Rossetto.

Quando precisa dissipar calor, o animal gasta energia em processos não relacionados à produção de leite e carne e à reprodução. Segundo o pesquisador da Embrapa, a ILPF permite o uso mais inteligente do recurso natural. O sombreamento reduz a temperatura ambiente em até 5ºC, o que é relevante para o conforto térmico e o bem-estar animal.


Precisão no monitoramento do gado

Rossetto explica ainda que a variação de 0,5 ºC na temperatura interna dos animais é bastante expressiva. Os termógrafos utilizados para medir as temperaturas de superfície dos bovinos são muito precisos, chegando a mensurar os centésimos de graus. Segundo ele, dois fatores influenciam o bem-estar animal: o microclima (conjunto de informações que pode ser avaliado com auxílio de estações meteorológicas) e as condições térmicas dos indivíduos nessas áreas.

Em estudos mais recentes, outros equipamentos têm ajudado a ciência a levantar dados para monitorar o gado. A Embrapa Pecuária Sudeste também consegue informações sobre comportamento animal graças a adaptações de técnicas disponíveis no mercado. Pesquisadores têm trabalhado em projetos de pecuária de precisão, utilizando um sistema computadorizado que identifica o deslocamento, o ócio e a ruminação a partir de colares com sensores acoplados.

Para que os equipamentos funcionem em áreas de pastagens para gado de corte, inclusive em ILPF, foi preciso instalar antenas para emitir os sinais sem fio e placas de energia solar para alimentar o sistema. As placas solares para captação de energia foram desenvolvidas pelo centro de pesquisa como forma de reduzir custos e viabilizar o uso de equipamentos a campo.

Originalmente, a empresa privada que produziu o sistema computadorizado direcionou os equipamentos para monitorar gado de leite, que tem movimentações diárias mais previsíveis, como o momento das ordenhas.

De acordo com Edilson da Silva Guimarães, supervisor do Núcleo de Tecnologia da Informação, a Embrapa Pecuária Sudeste indicou a essa empresa adaptações para os sistemas de energia e de comunicação. “A transmissão de dados é feita de uma antena a outra, como se fosse uma malha. Sugerimos que mudassem o tipo de antena para melhorar a comunicação entre elas”, afirmou.

Os dados coletados pelos sensores são enviados para uma central e podem ser acessados a distância, em computadores. Esses equipamentos foram adquiridos com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com contrapartida da Embrapa.

O trabalho avaliou comportamento de fêmeas bovinas de corte em pastagens sem árvores com o sistema wireless de monitoramento e foi apresentado no III Workshop Internacional de Ambiência de Precisão, em 2017, em Campinas.


Pesquisas multidisciplinares

A equipe multidisciplinar da Embrapa Pecuária Sudeste estuda na ILPF, além do comportamento animal, a disponibilidade e qualidade de forrageiras, a fertilidade do solo, o desenvolvimento do componente arbóreo, a produtividade agrícola, o desempenho e eficiência reprodutiva do componente animal, além de algumas ações que investigam a emissão de metano e a microbiota do solo.

De acordo com Rossetto, o comportamento dos bovinos está muito relacionado à interação entre eles e à ocupação do espaço. Perguntas como “os animais aproveitam a sombra?” e “em que momentos do dia preferem as áreas sombreadas?” ajudam a ciência a entender melhor as diferenças entre os sistemas integrados com árvores e a criação exclusiva no sol.


Conforto térmico e capacidade reprodutiva

A fertilidade de bovinos também pode ser afetada pela exposição a temperaturas elevadas e à radiação solar intensa. Sempre que a temperatura corpórea dos bovinos de corte ou de leite aumenta, uma série de consequências negativas se desencadeia.

Quando um animal sente desconforto devido ao calor, ele passa a produzir uma quantidade maior de cortisol, hormônio diretamente ligado ao estresse. De acordo com Rossetto, o aumento da concentração desse hormônio faz com que os animais se alimentem menos, o que prejudica significativamente a produção. Em um animal de corte, o crescimento é menor e, consequentemente, a produtividade.

Do ponto de vista reprodutivo, os altos índices termocorpóreos representam prejuízos ao produtor. Por exemplo, quando a temperatura corpórea de um touro aumenta, a temperatura interna dos testículos também sobe. Isso faz com que a qualidade do sêmen reduza. Na fêmea, o processo é similar. Quando sua temperatura interna aumenta, os ovócitos produzidos são de baixa qualidade, impedindo, muitas vezes, a fecundação.

Caso ela ocorra, o embrião exige condições favoráveis para seu desenvolvimento e a temperatura ideal é uma delas. O feto é altamente sensível às oscilações térmicas e pode até morrer precocemente, sem que os profissionais que acompanham a gestação percebam. Ainda assim, em situações de estresse durante a fase gestacional, o desenvolvimento e a funcionalidade da placenta são prejudicados e o feto pode apresentar malformações.

As pesquisas sobre conforto térmico e eficiência reprodutiva foram feitas com novilhas e fêmeas adultas de corte em projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Rossetto está planejando a continuidade de pesquisas nessa linha com machos em idade reprodutiva.



************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Fapesp: Jararacas gigantes são mais encontradas no pequeno fragmento de Mata Atlântica existente no Parque do Estado em São Paulo do que no Parque Estadual da Cantareira


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01457

Em São Paulo, é mais fácil encontrar jararacas (Bothrops jararaca) “gigantes” no pequeno fragmento de Mata Atlântica existente no Parque do Estado do que em uma área bem maior, como no Parque Estadual da Cantareira, apesar de haver mais alimento disponível para elas nessa última área.

Um novo estudo indica que a explicação para essa diferença está na quantidade de predadores existentes no hábitat e não na disponibilidade de alimento, como se pensava no início do trabalho.

Os resultados foram descritos no Journal of Herpetology, em artigo originado do trabalho de mestrado de Lucas Henrique Carvalho Siqueira no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto. O estudo teve bolsa da FAPESP e orientação do pesquisador do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, Otavio Augusto Vuolo Marques.

Foram comparadas serpentes do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – conhecido popularmente como Parque do Estado e que fica na Zona Sul de São Paulo, onde estão os jardins Zoológico e Botânico – com as do Parque Estadual da Cantareira, situado na Zona Norte e cujo clima e vegetação são semelhantes ao primeiro, mas não é isolado como o Parque do Estado, que tem área 16 vezes menor.

Essas jararacas são chamadas de “gigantes” por serem bem maiores do que a média. Porém, isso não significa que haja um gigantismo nessa população. O que ocorre é que existe uma maior abundância de espécimes muito grandes (em torno de 1,5 metro de comprimento) no Parque de Estado.

O tamanho dessas jararacas coletadas no parque foi o que chamou a atenção de Marques. “Recebemos muitas jararacas no Butantan e algumas apresentavam tamanho acima da média. Quando checávamos a procedência, constatávamos que vinham do Parque do Estado”, disse.

Estudos anteriores mostraram que serpentes de grande porte, em geral, são encontradas em ilhas. Segundo Marques, o isolamento de populações oferece bons exemplos de divergências morfológicas.

O Parque do Estado não tem conexão com outras áreas de mata. É como uma ilha, só que em vez de rodeada de água, está isolada pela cidade”, disse Marques à Agência FAPESP. Trata-se de uma unidade de conservação de 540 hectares, coberta por um remanescente da Mata Atlântica.

Resolvemos verificar se essas serpentes estavam ficando maiores do que outras populações e estudar algumas variáveis que seriam respostas para explicar essa diferença de tamanho: a oferta de recurso alimentar e a presença de predadores”, disse.

Para entender o fenômeno, Siqueira utilizou dados morfológicos sobre jararacas existentes em pesquisas publicadas, em serpentes preservadas na coleção do Instituto Butantan que eram provenientes desses dois lugares e foi a campo para coletar dados originais.

Também colocamos armadilhas para analisar a disponibilidade de recurso alimentar nas duas áreas. As jararacas adultas se alimentam de pequenos roedores”, disse Siqueira.

Os autores do estudo se basearam em duas hipóteses. A primeira era de que as jararacas do Parque do Estado eram maiores porque lá provavelmente haveria maior oferta de recurso alimentar. Em estudos feitos por pesquisadores do Instituto Butantan em Alcatrazes, litoral norte de São Paulo, constatou-se que as jararacas que habitam o continente e se alimentam de roedores são maiores do que as presentes na ilha, que não têm este tipo de presa.

Em Alcatrazes, as jararacas se alimentam de pequenos sapos, lagartos e lacraias, animais de baixo valor calórico. São chamadas de anãs, por atingirem no máximo meio metro.

Relacionamos o tamanho pequeno com uma alimentação calórica restrita, então, no caso do estudo em São Paulo, era natural pensar em uma grande oferta de recurso alimentar e fazia sentido pensar nos ratos urbanos, já que o Parque do Estado está em uma área urbana alterada”, disse Marques.

Segundo Siqueira, porém, não houve diferença na média do tamanho entre as duas populações de jararacas presentes em ambos os parques. “Mas observamos uma proporção maior de fêmeas gigantes no Parque do Estado em comparação com o Parque da Cantareira”, disse. As jararacas fêmeas alcançam porte maior do que os machos.

O biólogo montou armadilhas para capturar algumas das presas. “Também surpreendeu a disponibilidade de alimento, que não era maior do que na Cantareira. Capturamos menos ratinhos no Parque do Estado e não confirmamos a presença de ratos urbanos, só de ratos silvestres durante o tempo do estudo”, disse Siqueira.


Ataques em massa

Diante da inesperada constatação de que não era a disponibilidade maior de alimento que explicava ser mais frequente a presença de jararacas “gigantes” no Parque do Estado do que no Parque da Cantareira, restou investigar a segunda hipótese, relacionada à presença de predadores. “No Parque do Estado, registramos menos da metade de ataques em comparação aos observados na Cantareira”, disse Siqueira.

Esse foi outro desafio do estudo: como observar e ter indicador sobre os ataques de predadores. Isso foi resolvido com o uso de modelos feitos em massa de modelar, como as usadas por crianças para brincar. Com essa estratégia, Siqueira pôde verificar quais são os predadores e a frequência de ataques que as cobras sofrem em ambos os parques.

Confeccionamos 1.440 réplicas de indivíduos adultos de jararaca, usando uma cor parecida com a da cobra e evitando qualquer tipo de mancha para não haver nenhum viés nos resultados”, disse.

Em cada um dos parques foram usadas 720 réplicas – 60 utilizadas mensalmente –, que ficaram por dois dias em cada localidade. As marcas dos ataques dos predadores ficaram impressas na massa de modelar.

Saber o número absoluto de predadores de jararaca existentes iria requerer uma câmera em cada uma das réplicas, o que não era viável. Mas conseguimos quantificar a frequência de ataque e dizer se o predador era ave ou mamífero”, disse.

No Parque da Cantareira, aproximadamente 12% das massinhas foram atacadas, um valor alto se comparado com trabalhos relacionados a serpentes feitos anteriormente. No Parque do Estado, cerca de 5% dos modelos foram atacados. “Registramos mais do que o dobro de ataques na Cantareira”, disse Siqueira à Agência FAPESP.

Mas qual a relação entre ter menos predadores e o tamanho das cobras? Segundo Marques, as serpentes crescem a vida toda, apesar de a taxa de crescimento ser muito baixa nos indivíduos mais velhos.

Para que possam crescer muito, precisam ter uma longevidade grande, viver muito tempo. Como há menos ataques de predadores no Parque do Estado do que no Cantareira, então temos uma explicação plausível para a existência mais frequente de serpentes gigantes por lá. A atenuação da predação permite que elas cresçam”, disse Marques.

Segundo o pesquisador, o estudo é mais uma contribuição na busca pela preservação de fragmentos florestais como o do Parque do Estado. “Estudos como esse possibilitam entender melhor a dinâmica desses fragmentos florestais, o que pode auxiliar – por exemplo – em ações de manejo para sua conservação”, afirma.

Como consequência do mestrado, Siqueira agora está estudando no doutorado métodos e formas para estimar a idade de jararacas e cascavéis. O procedimento comum é fazer cortes nos ossos da cobra, onde existem marcas de crescimento, à semelhança do que ocorre com os anéis dos troncos das árvores.

Temos uma população senil de jararacas e precisamos saber suas idades, conhecer melhor as taxas de crescimento”, concluem os autores do estudo.






************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Superior Tribunal de Justiça reconhece o pré-questionamento ficto e determina demolição de obra em área de preservação


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01456

Com amparo no artigo 1.025 do Código de Processo Civil (CPC) de 2015, que admite o pré-questionamento ficto de matéria jurídica levantada em embargos de declaração rejeitados no tribunal de origem, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reformou acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para determinar a demolição de uma edificação erguida em área de preservação permanente (APP) nas margens do rio Itajaí-Açu e determinar a recomposição do espaço natural.

O pré-questionamento ficto ocorre quando a parte aponta omissões em embargos declaratórios que são rejeitados pela corte de origem, mas tais omissões são reconhecidas pelo STJ. Nesses casos, segundo o artigo 1.025 do CPC, o recurso especial é cabível em relação aos pontos levantados nos embargos, e o STJ pode decidir sobre eles ainda que o tribunal de segunda instância não tenha emitido juízo de valor a respeito da matéria.

A questão processual foi debatida durante o julgamento de recurso interposto pelo Ibama em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal com o objetivo de exigir a demolição de obra em APP e a recuperação da área.


Omissões importantes

Segundo o relator do recurso, ministro Og Fernandes, o TRF4 de fato se omitiu – como sustentou o Ibama – no exame de teses relevantes arguidas nos embargos de declaração, particularmente em relação à inaplicabilidade da teoria do fato consumado e à inexistência de direito adquirido a degradar o meio ambiente.

Na espécie, o recorrente questionou elementos jurídicos relevantes que não foram apreciados de forma explicitamente fundamentada pela instância ordinária”, disse o ministro, observando que, em tais situações, conforme prevê o artigo 1.025, os elementos tidos como omissos passam a fazer parte do acórdão recorrido, ficando assim atendida a exigência do pré-questionamento.


Súmula

De acordo com o relator, a Súmula 211 do STJ continua válida, mas deve ser interpretada à luz do Enunciado Administrativo 3 do tribunal, segundo o qual os requisitos de admissibilidade do CPC/2015 são exigidos nos recursos interpostos contra decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016 (data de vigência do novo código).

Assim, segundo Og Fernandes, a súmula – que considera inadmissível a questão recursal não debatida pelo tribunal de origem, a despeito da oposição de embargos – “se mantém irretocável perante a análise de recurso especial cuja decisão combatida foi prolatada durante a vigência do antigo codex processual (CPC/1973). Contudo, quando o apelo nobre é interposto contra aresto publicado na vigência do novo CPC, torna-se imperioso o reconhecimento do pré-questionamento ficto, consagrado no artigo 1.025”.


Demolição necessária

Quanto à infração ambiental que motivou o recurso, o ministro afirmou que não basta impedir novas construções ou determinar medidas compensatórias; é preciso demolir a construção, devido à inaplicabilidade da teoria do fato consumado nessas situações.

A simples manutenção da edificação irregular em área de preservação permanente elidiu o ecossistema e a paisagística do local. Desse modo, para assegurar a função ecológica da APP, a demolição é medida que se impõe”, disse ele.

Og Fernandes disse que a responsabilização pela recomposição da área de preservação é objetiva, fundada na teoria do risco integral. Ele lembrou que, em questões relacionadas ao meio ambiente, deve haver a preponderância dos princípios da precaução e do poluidor pagador, “impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

O ministro citou a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981), na qual a atividade ruinosa do poluidor corresponde a uma indevida apropriação pessoal de bens de todos. A regulamentação, segundo Og Fernandes, substituiu o princípio da responsabilidade subjetiva, fundamentado na culpa, pelo da responsabilidade objetiva, fundamentado no risco da atividade.


Direito inexistente

O relator explicou ainda que a aplicação da teoria do fato consumado equivale a perpetuar um suposto direito de poluir, o que vai contra o postulado do meio ambiente equilibrado – bem de uso comum do povo essencial à sadia qualidade de vida.

Para o ministro, a proteção do direito adquirido não pode ser suscitada para mitigar o dever de salvaguarda ambiental, não servindo para justificar o desmatamento da flora nativa, a ocupação de espaços protegidos pela legislação, muito menos para autorizar a manutenção de conduta potencialmente lesiva ao meio ambiente.

Og Fernandes destacou a aprovação pela Primeira Seção do STJ, em maio de 2018, da Súmula 613, segundo a qual “não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de direito ambiental”.







************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Pesquisadores afirmam que bioenergia será parte da solução para transição energética mundial


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01355

Juntamente com outras fontes de energia renovável, como a eólica, a solar e a hidrelétrica, a bioenergia será uma das soluções que países da América Latina e da África poderão adotar para tornar suas matrizes energéticas mais limpas e mitigar os impactos das mudanças climáticas globais.

A avaliação é de um grupo de pesquisadores autores do relatório Bioenergia e Sustentabilidade: América Latina e África, lançado quinta-feira (09/08) durante o Workshop BIOEN-FAPESP RenovaBio: Ciência para a Sustentabilidade e Competitividade da Bioenergia, na sede da FAPESP.

O relatório contou com a contribuição de 154 pesquisadores de 31 países, membros do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O trabalho foi coordenado por integrantes dos programas FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) e de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Todas as energias renováveis, como a hidrelétrica, a solar e a eólica, terão papéis fundamentais para fornecer eletricidade e substituir combustíveis fósseis na matriz energética brasileira e de outros países da América Latina e da África”, disse Glaucia Mendes Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) e membro da coordenação do BIOEN.

Mas a bioenergia é uma opção especialmente interessante, uma vez que pode fornecer combustíveis que se encaixam na infraestrutura atual, usando recursos próprios dos países dessas regiões”, disse.

Uma das vantagens da bioenergia em relação às outras energias renováveis é que a biomassa pode ser armazenada para produzir energia contínua em vez de intermitente, o que facilita o uso e a integração em redes elétricas não confiáveis. Além disso, a bioenergia pode ser implantada em escala na América Latina e fornecer segurança energética no setor de transporte em um curto período de tempo, segundo o relatório.

Em um momento de transição energética pelo qual o mundo passa hoje, em que se tem buscado alternativas de fontes de energias renováveis e sustentáveis, que possibilitem diminuir as emissões de carbono, é preciso adotar soluções mais fáceis de serem implementadas. E a bioenergia é uma delas”, disse Souza.

No Brasil, a substituição de 36% da gasolina por etanol de cana nas últimas quatro décadas mostrou a rapidez com que a transição para as renováveis pode ser feita.

Atualmente, a cana-de-açúcar contribui com 17% da matriz energética do país e 25% das necessidades de gasolina. Além disso, isso pode ser expandido significativamente. A produção brasileira de etanol até 2045 poderá deslocar até 13,7% do consumo de petróleo bruto e 5,6% das emissões de dióxido de carbono (CO2) do mundo em relação a 2014. Isso poderia ser alcançado sem o uso de áreas de preservação de florestas ou terras necessárias para sistemas de produção de alimentos no país, segundo o relatório.

É possível combinar a preservação e recuperação florestal e a produção de matéria-prima para a bioenergia. As florestas armazenam 18 vezes mais carbono do que a cana-de-açúcar e a combinação de ambos, mais os aumentos esperados na produtividade devido à melhoria da tecnologia, provavelmente manteria a produção de etanol juntamente com os benefícios do uso sustentável da biodiversidade”, destaca o documento.

A alta densidade de energia do etanol (cerca de 70% da gasolina) também ressalta o potencial do biocombustível para ser usado no transporte e ajudar a garantir uma transição rápida para uma matriz de energia renovável juntamente com a energia solar e a eólica, ainda sujeitas a desenvolvimento devido à falta de eficiência, ponderam os autores do relatório.


Líder na produção científica de bioenergia

A bioenergia será uma parte da solução que o mundo adotará para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que necessitará de uma combinação de muitas maneiras de gerar energia, adequadas a cada região”, disse, no workshop, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

Há lugares em que será possível plantar cana-de-açúcar, como no Brasil, na África e no Caribe. E outros que terão que gerar energia nuclear, fotovoltaico ou eólica. Não haverá uma solução única”, disse.

De acordo com dados apresentados por Brito Cruz, todos os cenários sobre o futuro da energia no mundo, elaborados por entidades como a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), preveem o aumento do uso de biocombustíveis, especialmente em transporte.

A entidade estima que, em 2075, 35% dos veículos híbridos – com um motor de combustão interna e outro elétrico, por exemplo – utilizarão biocombustíveis.

Há uma visão de que os carros puramente elétricos serão a opção para reduzir as emissões de carbono. Mas não se leva em conta de que os carros puramente elétricos terão que ser carregados, e a eletricidade para abastecê-los terá que ser produzida de alguma maneira”, disse José Goldemberg, presidente da FAPESP.

Segundo Goldemberg, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cerca de 90% da eletricidade é produzida a partir de carbono. E, além do Brasil, só há outros quatros países no mundo – Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Islândia – onde mais de 40% da energia primária que utilizam é proveniente de fontes renováveis, destacou Brito Cruz.

 “Isso é decorrente de todo um esforço de pesquisa e desenvolvimento em bioenergia feito no país nas últimas décadas”, ressaltou Brito Cruz.

O Brasil hoje – e especialmente o Estado de São Paulo – lidera a produção científica sobre bioenergia, particularmente relacionada à cana-de-açúcar. Os pesquisadores brasileiros, vinculados em grande parte a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, publicam cerca de 120 artigos por ano relacionados à bioenergia, destacou Brito Cruz.

Isso é resultado de investimento em pesquisa nessa área. A FAPESP financia milhares de projetos relacionados à bioenergia e já investiu R$ 150 milhões no Programa BIOEN, que atualmente tem 80 projetos de pesquisa em andamento e mobiliza mais de 300 cientistas, dos quais 229 são de São Paulo, 33 de outros estados e 52 do exterior”, concluiu.




************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Assessora de Gestão Socioambiental do Superior Tribunal de Justiça fala sobre licitação sustentável em entrevista à Enap


Imagem meramente ilustrativa

Tópico 01454

Uma licitação sustentável envolve vários passos, do planejamento à especificação do objeto, da contratação ao uso correto, ao descarte final. É um processo. É ver a compra de uma forma sistêmica, transversal. Todos os passos são importantes”.

A definição foi dada pela chefe da Assessoria de Gestão Socioambiental do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ketlin Feitosa, ao participar do quadro de entrevistas da TV da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em que discutiu temas sobre gestão socioambiental, compras públicas e licitações sustentáveis.

Ketlin Feitosa explicou no que consiste a licitação sustentável e os aspectos que constituem esse procedimento administrativo, comentando pontos práticos de interesse dos gestores públicos.


Assista o vídeo de referência


Créditos do vídeo a Escola Nacional de Administração Pública




************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Dica: Última semana de inscrição para o Concurso SOS Mata Atlântica de Fotografia


Imagem ilustrativa. Divulgação: SOS Mata Atlântica

Tópico 01453

As inscrições para o Concurso SOS Mata Atlântica de Fotografia, vão até 5 de agosto. Qualquer pessoa maior de 18 anos e residente no Brasil pode concorrer com até cinco trabalhos.

Realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, o concurso é patrocinado pela Sanofi, empresa farmacêutica que tem como estratégia de Responsabilidade Corporativa a gestão responsável da água.

O Concurso SOS Mata Atlântica de Fotografia tem como objetivo estimular a observação e valorização da Mata Atlântica por meio da fotografia. As imagens podem retratar a exuberância da floresta – mostrando a relevância das matas, dos parques e reservas e a relação da sociedade com esses espaços, como no turismo e no lazer. Também é possível registrar a situação da água e sua importância para a vida das pessoas, além de cenas que ressaltam o valor e a beleza do mar e de toda vida marinha.

Entre os critérios de avaliação estão qualidade técnica, composição, originalidade e impacto. Não serão aceitos trabalhos já premiados, manipulados ou fotomontagens.

Um júri técnico escolherá as 30 obras finalistas, que serão apresentadas em uma exposição no fim deste ano. E uma votação popular definirá os seis melhores trabalhos – os três primeiros serão premiados com viagens para paraísos nacionais.


Detalhes da Premiação

1º lugar – Viagem com acompanhante para a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (Tamandaré/PE ou Porto de Pedras/AL) + equipamento fotográfico – Câmera Canon Rebel T7 (kit) ou equivalente.

2º lugar – Viagem com acompanhante para o Parque Nacional do Iguaçu (Foz do Iguaçu/PR) + equipamento fotográfico – Câmera Canon Rebel T7 (kit) ou equivalente.

3º lugar – Viagem com acompanhante para a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (Paraty/RJ) l + equipamento fotográfico – Câmera Canon Rebel T7 (kit) ou equivalente.

4º ao 6º lugar – Equipamento fotográfico – Câmera Canon Rebel T7 (kit) ou equivalente.


Quem quiser participar, pode registrar imagens que destacam as causas mais urgentes para a conservação da Mata Atlântica, ou seja, a restauração da floresta, a valorização dos parques e reservas, a água e a proteção do mar. Ou seja, os interessados podem inscrever fotos da fauna e flora, a relação das pessoas com os parques, alertar para o desmatamento ou a situação da água no Brasil, bem como imagens que representam a vida em áreas marinhas.

O apoio da Sanofi à iniciativa faz parte da estratégia da empresa de fomentar ações colaborativas e educativas que auxiliem a causa hídrica no Brasil, como a preservação de nascentes de rios e águas subterrâneas, e seu uso responsável.


************************************************************************************************************************

                                                   
************************************************************************************************************************

 ORGULHO DE SER GRADUADO NA


          
************************************************************************************************************************

Celebrando a marca de trezentas mil visualizações do blog Gestão Ambiental da UNISANTOS.

************************************************************************************************************************

VISITE O SITE OFICIAL DA UNISANTOS. ACESSE : WWW.UNISANTOS.BR

O BLOG GESTÃO AMBIENTAL RETORNARÁ EM BREVE COM NOVOS TÓPICOS.
************************************************************************************************************************