Tópico 01375
A biodiversidade marinha no Brasil ganhará uma série com 10 livros em inglês voltados para estudantes, pesquisadores e demais interessados em conhecer os ambientes costeiros.
Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e editor-chefe do projeto, explica que a série Brazilian Marine Biodiversity é resultado de um trabalho crescente que começou com a criação da Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos), criada com apoio da FAPESP no âmbito de um acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para consolidação do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota). O ReBentos está vinculado à Rede Clima na sua sub-rede Zonas Costeiras.
“Temos pouco material publicado sobre a biodiversidade brasileira em língua inglesa e a abordagem que usamos nessa série é nova. Optamos por trabalhar os habitats não apenas do ponto de vista da biodiversidade, mas do funcionamento do ecossistema e das ameaças que ele sofre. Vamos tratar de aspectos mais funcionais desses ambientes”, disse Turra.
A costa brasileira e sua diversidade de vegetação e ecossistemas é capaz de armazenar milhões de toneladas de carbono, o que torna o Brasil um bom lugar para testar novos mecanismos para avaliar e conservar o chamado carbono azul – CO2 armazenado em ecossistemas costeiros.
Turra explica que a falta de estudos de longo prazo da biodiversidade tem deixado o Brasil para trás na avaliação global das consequências das mudanças ambientais globais em ecossistemas costeiros. Um dos papéis da ReBentos é ampliar o conhecimento desse assunto não só no meio acadêmico, mas também para estudantes e o público geral.
Com o auxílio do programa Sisbiota foi possível estruturar a rede de pesquisadores sobre a temática da biodiversidade marinha e mudanças climáticas. “De certa forma, a ReBentos induziu no Brasil o estudo desse casamento entre mudanças climáticas e organismos bentônicos”, disse Turra, um dos criadores da rede, à Agência FAPESP.
A ReBentos reúne 166 pesquisadores em toda a costa brasileira, pertencentes a 57 instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais com atuação nos 17 estados costeiros.
Não por acaso, os 10 livros seguem a mesma divisão dos oito subgrupos criados na ReBentos que também são os habitats dos animais bentônicos: bancos de rodolitos, costões rochosos, estuários, fundos submersos vegetados, educação ambiental, manguezais e marismas (pântanos salgados), praias e recifes coralinos. Há ainda mais dois livros, sobre plataforma continental e gramas marinhas.
“A série apresenta uma análise do papel da biodiversidade e da importância dos serviços ecossistêmicos. Discute também as ameaças a cada habitat, como poluição, espécies invasoras e mudanças ambientais globais”, disse Turra.
1) Estuaries
Editores: Paulo da Cunha Lana (UFPR) e Angelo Fraga Bernardino (UFES)
Estuários são ecossistemas costeiros que incluem uma variedade de habitats com dinâmica, fauna e sedimentos próprios. A combinação de mudanças em hidromorfologia e clima representa graves ameaças aos ecossistemas estuarinos em escala global.
2) Deep sea habitats
Editores: Paulo Yukio Gomes Sumida (USP), Angelo Fraga Bernardino (UFES) e Fábio Cabrera De Léo (University of Victoria)
Os habitats de profundidade são parte importante do território brasileiro, responsáveis por um aumento na biodiversidade nacional.
3) Shallow continental shelf habitats
Editor: Paulo Yukio Gomes Sumida (USP)
A plataforma continental é um dos habitats marinhos mais impactados no Brasil. Não só a pesca como a exploração de petróleo e gás representam importantes ameaças à biodiversidade.
4) Marine and Coastal Environmental Education
Editores: Natalia Pirani Ghilardi Lopes (UFABC) e Flávio Berchez (USP)
A importância da Educação Ambiental Marinha é ainda maior diante de mudanças nos ambientes costeiros e marinhos que devem afetar negativamente os ecossistemas brasileiros. No entanto, até o momento apenas 32 contribuições relacionadas a esse tema foram publicadas no Brasil.
5) Rhodolith beds
Editores: Paulo Antunes Horta (UFSC), Marina Nasri Sissini (UFSC) e Pablo Riul (UFPB)
Rodolitos costeiros formam oásis de alta biodiversidade entre ambientes sedimentares do leito marinho. Compostos por camadas de rodolitos ou nódulos de algas calcárias não articuladas e seus componentes, representam uma extraordinária biofábrica de carbonatos.
6) Rocky shores
Editores: Ricardo Coutinho (IEAPM) e Ronaldo Christofoletti (Unifesp)
No Brasil, os costões rochosos estão concentrados nas costas Sul e Sudeste. Existem diferentes tipos de substratos e paisagens marinhas com elevada heterogeneidade ambiental e responsáveis por hospedar alta biodiversidade.
7) Sandy beaches
Editores: A. Cecília Z. Amaral (Unicamp), Guilherme Nascimento Corte (Unicamp) e Hélio Hermínio Checon (Unicamp)
As praias brasileiras constituem um ecossistema-chave que fornece valores socioeconômicos e de serviço. Elas desempenham um papel importante na manutenção das populações humanas e na conservação da biodiversidade.
8) Vegetated bottoms
Editores: Margareth da Silva Copertino (FURG) e Joel Christopher Creed (UERJ)
Gramas marinhas estão entre os ecossistemas mais ameaçados da Terra. O conhecimento dos padrões e processos predominantes que governam as gramas marinhas ao longo da costa brasileira é importante para a discussão global sobre as mudanças climáticas.
9) Mangroves and salt marshes
Editores: Yara Schaeffer-Novelli (USP), Catarina Lira (Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro), Guilherme Abuchahla (Instituto BiomaBrasil) e Gilberto Cintrón-Molero (Instituto BiomaBrasil
O Brasil tem uma das maiores áreas de mangues do mundo. Algumas características dos mangues e marismas os fazem extremamente sensíveis a mudanças ambientais, fazendo dos ecossistemas excelentes indicadores de mudanças ambientais.
10) Coral reefs
Editores: Rodrigo Johnsson (UFBA), Elisabeth Neves (UFBA), Zelinda Leão (UFBA) e Ruy Kenji P. Kikuchi (UFBA)
Os diferentes tipos de recifes de corais no Brasil sofrem com a ação do homem, principalmente no que se refere ao aumento da sedimentação devido à remoção da Mata Atlântica e ao descarte de efluentes industriais e urbanos.
Veja também;
Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental MARCELO GIL.
Tópico elaborado e publicado pelo Gestor Ambiental MARCELO GIL.
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