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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Show ornamental das baleias Jubartes no mar da Bahia propícia o turismo de observação


Imagem ilustrativa: baleias Jubartes - clique na imagem para ampliar



No período propício para o turismo de observação da baleia Jubarte (entre julho e setembro), é possível avistar no litoral baiano filhotes da espécie, que nascem nas águas mornas da região de Abrolhos, com uma tonelada e meia de peso e quatro metros de comprimento.

Após o nascimento, mães e filhos permanecem naquela área por um ou dois meses, quando adquirem capacidade física para a longa jornada de quatro mil quilômetros até as ilhas Geórgia do Sul e Sandwich, no Santuário de Baleias do Oceano Austral.

As Jubartes permanecem na Antártica por cerca de seis meses se alimentando. Quando começa o inverno por lá, elas retornam às águas quentes do Brasil, reiniciando o ciclo reprodutivo. "Esse é o momento frágil da vida das baleias, que é o acasalamento e o nascimento dos filhotes", explica a diretora do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Márcia Engel.

É nessa época do ano que as Jubartes buscam as águas mornas, calmas e seguras do litoral baiano para o acasalamento e, 11 meses depois, retornam para o nascimento dos filhotes, tornando o período propício ao chamado turismo de observação. Durante seis meses, os animais ocupam a região Antártica em busca de crustáceos e pequenos invertebrados, seu alimento preferido.


Mais vida no mar 

Em maio deste ano, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou a desclassificação da baleia Jubarte como animal em risco de extinção, após 27 anos de proibição de caça a esse animal em águas brasileiras. É importante destacar que o ciclo reprodutivo desse animal é bem demorado, ocorrendo a cada três anos, com gestação de apenas um filhote por vez.

A baleia Jubarte não é mais considerada espécie ameaçada e em risco de desaparecer, graças, também, à política protecionista adotada pelo governo brasileiro. O período de recuperação de suas populações começou em 1986 com a proibição da caça.

A Jubarte está inserida no grupo das baleias que habitam o espaço entre a linha do Equador e o continente antártico, preferindo as águas mais quentes do litoral brasileiro, especialmente a costa da Bahia, na época da reprodução.


Apoio internacional 

A moratória imposta pela Comissão Internacional de Baleias (CIB), da qual o Brasil faz parte desde 1976, proibindo qualquer espécie de caça comercial às baleias foi decretada em 1986 e contou com o apoio incondicional do governo brasileiro. É do Brasil a proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, em estreita colaboração e parceria com os governos da Argentina, Uruguai e África do Sul, e com o apoio da maioria dos membros da CIB e dos 24 Estados-membros da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul.

Sem a caça, as populações de baleias começaram a se recuperar em todo o mundo. No entanto, em alguns países a recuperação tem sido mais rápida, dependendo da espécie. Esse é o caso das Jubartes que circulam pela costa do Brasil.

O país, mesmo havendo a moratória contra a caça comercial, estabeleceu uma lei proibindo a captura destes cetáceos em águas jurisdicionais brasileiras em 1987 e, em 2008, ainda designou suas águas internacionais como santuário de baleias e golfinhos.

As medidas brasileiras fortaleceram o posicionamento do Brasil como país que protege as baleias, utilizando-as apenas de forma não-letal, em pesquisas científicas que não interferem no seu desenvolvimento e sobrevivência, bem como estimulando o turismo de observação desses animais na natureza.


Plano de gestão

A proteção de baleias e outros cetáceos integra a pauta dos temas prioritários para o governo brasileiro, que reunirão pesquisadores de instituições do Brasil e do Uruguai para elaborar uma proposta de Plano de Gestão Ambiental para o Santuário de Baleias do Atlântico Sul, sob a coordenação do MMA. O objetivo é apresentar as diretrizes para a estruturação do documento na próxima reunião plenária da CIB, marcada para acontecer em Portoroz, Eslovênia, de 11 a 18 de setembro deste ano.

Se aprovada a proposta, será possível proteger mais de 53 espécies de baleias, golfinhos e outros cetáceos que habitam as águas da parte sul do Oceano Atlântico. A proteção é necessária, explica a bióloga do Projeto Baleia Franca, Karina Groch, e ajudará a obter informações sobre as grandes baleias, a partir do monitoramento remoto, nos permitindo conhecer melhor os hábitos das várias espécies.

A preocupação dos cientistas deve-se ao fato de algumas das espécies ameaçadas serem altamente migratórias, ficando vulneráveis à pesca predatória e comercial. É o caso das baleias azul, fin, sei, minke anã, minke antártica, jubarte e franca. Esses animais se alimentam nos mares antárticos e subantárticos durante o verão, mas buscam as águas quentes tropicais, subtropicais e temperadas no inverno e primavera para se reproduzirem.


Para saber mais

No Brasil, a caça às baleias começou na região da Bahia e quase dizimou a espécie. Em 1986, após a moratória, a estimativa é de que havia somente entre 500 e 800 animais vivendo na região do Parque Marinho de Abrolhos, sul da Bahia, seu grande berçário. Dados de 2011, quando foi realizada a última contagem, mostram uma recuperação espetacular, com uma população calculada de 14 mil animais.

Mas este número pode estar perto de 20 mil, como acreditam os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), na Bahia. Esta informação deverá ser confirmada na próxima verificação, prevista para acontecer entre os meses de agosto e setembro de 2015, segundo explica a diretora do IBJ, Márcia Engel.

De acordo com os especialistas, a maturidade sexual da Jubarte se inicia a partir dos cinco anos de vida e cada gestação dura 11 meses. Esses animais vivem entre 40 e 50 anos, alimentam-se de krill (pequeno crustáceo semelhante ao camarão), copépodes (grupo de crustáceos muito importantes na composição da fauna de invertebrados aquáticos, parecidos com insetos e do tamanho da ponta de um lápis) e peixes no verão da Antártica. No inverno, buscam as águas da costa brasileira para acasalar e ter seus filhotes, ficando sem se alimentar e sobrevivendo da camada de gordura acumulada.





Veja também ;


Fonte: Ministério do Meio Ambiente.

Tópico elaborado pelo Gestor Ambiental Marcelo GiL.


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