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sábado, 24 de março de 2012

EXPEDIÇÃO E PROJETO RIOS VOADORES !!!



                                                  Imagem do caminho dos rios voadores.


A expressão "Rios Voadores" foi utilizada pela primeira vez pelo Professor José Marengo do CPTEC. As variações do regime de chuvas pedem o aprofundamento dos estudos sobre os jatos de baixos níveis. Para o professor Marengo, esse trabalho ajudaria a estimar impactos do desmatamento da floresta Amazônica sobre o clima no sul da América Latina, além de melhorar a previsão do tempo nessas áreas.

O termo Rios Voadores descreve com um toque poético um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas. São cursos de água atmosféricos, invisívíes, que passam em cima das nossas cabeças transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil.

A floresta Amazônica funciona como uma bomba d'água. Ela puxa para dentro do continente umidade evaporada do oceano Atlântico que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da floresta esquentada pelo sol tropical, as árvores devolvem a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair novamente como chuva mais adiante.

Propelidas em direçao ao oeste pelos ventos alísios, as massas de ar carregadas de umidade - boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta - encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Elas se precipitam parcialmente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Barradas pelo paredão de 4.000 metros, as correntes aéreas (ou rios voadores), ainda carregadas de vapor d’água, fazem a curva e partem em direção ao sul, para as regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e os países vizinhos. É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve muito a um acidente geográfico localizado fora do país.

Ao se encontrar com certas condições meteorológicas, como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, essa umidade trazida da Amazônia pelos rios voadores (que a gente nem percebe) pode ser transformada em chuva. Chuva essa que é de suma importância para nossa vida e para a economia do país, irrigando as lavouras, enchendo os rios terrestres e as represas que fornecem nossa energia. O projeto Rios Voadores busca colocar uma lupa neste processo, voando junto com os ventos, coletando amostras de vapor em busca de maiores explicações.

Por incrível que pareça, a quantidade de vapor de água transportada pelos rios voadores pode ter a mesma ordem de grandeza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s), tudo isso graças aos serviços prestados da floresta. Estudos promovidos pelo INPA já mostraram que uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um único dia - ou seja, mais que o dobro da água que um brasileiro usa diariamente! Estima-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia: imagine então quanta água a floresta toda está bombeando a cada 24 horas!

A preservação da Floresta Amazônica é essencial para o Brasil. As imagens das queimadas e do desmatamento são tristes, mas a repercussão a longo prazo pode ser ainda pior. Não somente pela perda da biodiversidade, mas porque a destruição da Floresta Amazônica pode trazer consequências inimagináveis. Ela não é apenas um monte de árvores longe da gente. Mesmo distante, ela tem um impacto significante em nossas vidas, regulando o clima, absorvendo calor do sol ao transforma a chuva em vapor de água e fornecendo umidade para outras regiões do Brasil. Se ela desaparecer, vai sobrar ainda mais ar quente, e será ar muito quente!

A possibilidade de que o atual desenvolvimento da Amazônia brasileira venha a modificar o seu sistema hidrológico deixou de ser especulativa. Torna-se urgente entender e esclarecer os mecanismos climatológicos para melhor avaliar os riscos decorrentes, a longo prazo, de ações como o desmatamento, as queimadas, a abertura de novas fronteiras agrícolas e a liberação dos gases do efeito estufa.

Todas as previsões indicam alterações importantes no clima da América do Sul em decorrência da substituição de florestas por agricultura ou pastos. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o agronegócio pode dar um tiro no próprio pé com a eventual perda de água imprescindível para as plantações.

O Brasil tem uma posição privilegiada no que diz respeito aos recursos hídricos. Porém, com o aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial, é hora de analisarmos melhor os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica antes que seja tarde demais.


PROJETO RIOS VOADORES

O Projeto Rios Voadores pesquisa, por meio da análise de amostras de vapor de água coletadas em um pequeno monomotor, as massas de ar que provêm da Amazônia trazendo umidade para outras regiões do Brasil. Essas massas de ar são conhecidas hoje como rios voadores.

Há três décadas, cientistas brasileiros, liderados pelo Prof. Eneas Salati, reconhecem e estudam os rios voadores, mas só agora, no século 21, é que nasceu uma idéia com asas para tentar aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno.

Estudos recentes têm mostrado uma ligação significante entre o sistema climático amazônico e aquele sobre a bacia do Prata. Poucos pessoas conhecem a existência do transporte do vapor d’água por massas de ar que aqui estamos chamando de rios voadores. O volume de vapor de água transportado por esses rios voadores pode ser maior que a vazão de todos os rios do centro-oeste e ter a mesma ordem de grandeza da vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s).

O projeto, idealizado por Gérard Moss em colaboração com Prof. Salati, busca identificar a origem do vapor de água transportado pelas massas de ar vindos da Amazônia e quantificar o papel da evapotranspiração da floresta amazônica nas chuvas que caem nas regiões mais ao sul.

Na primeira fase do projeto, realizada entre 2007-2009, foram coletadas 500 amostras de vapor de água de várias regiões do Brasil, principalmente da Amazônia. Estas amostras foram analisadas pelo CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) da USP, Piracicaba, SP.

Na segunda fase, que conta novamente com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, será possível avançar nos estudos, interligando os resultados das análises com as condições meteorológicas regentes na hora da coleta. É um trabalho complexo e a melhor forma encontrada para avançar nas pesquisas é justamente unindo forças. A análise das amostras de água no CENA é estudado com a forte colaboração da equipe no CPTec.

A segunda fase também dará ênfase à educação. Foram escolhidas seis cidades-chave ao longo da rota dos rios voadores: Brasília (DF), Chapecó (SC), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Nestas cidades, haverá um projeto reforçado em parceria com autoridades locais para inserir uma aula sobre os rios voadores nas escolas municipais da rede pública, com oficinas de treinamento dos professores e fornecimento de material didático.

A expedição Rios Voadores faz parte do Brasil das Águas, projeto que, desde 2003, busca chamar a atenção do público para a saúde dos rios brasileiros.


VÍDEO DE REFERÊNCIA


CRÉDITOS DO VÍDEO A EXPEDIÇÃO RIOS VOADORES.

Confira os vídeos da Expedição Rios Voadores. Acesse : www.riosvoadores.com.br/galeria-de-videos

Fonte : Professor Paulo de Moraes (UNISANTOS).

Tópico elaborado por Marcelo Gil.


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